PF faz operação contra exploração de ouro na terra Yanomami

A Polícia Federal deflagrou, nesta 2ª feira (10.jul), uma operação para investigar uma rede dedicada à exploração de ouro na terra indígena Yanomami.

Durante todo o dia, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Boa Vista, capital de Roraima, e na cidade de São Paulo. Os policiais buscavam documentos e os celulares de cinco suspeitos de envolvimento num esquema de extração ilegal de ouro.

A partir de agora, a Polícia Federal vai analisar as conversas e transações feitas pelos suspeitos. As primeiras investigações mostram que o grupo movimentou pelo menos R$ 80 milhões com o esquema criminoso. O dinheiro sujo -- segundo os investigadores -- era lavado em uma joalheria no centro de São Paulo.

A empresa, que movimentou mais de R$ 50 milhões nos últimos três anos, enviou recursos a um homem que teve uma carga de ouro apreendida, em 2019, no aeroporto de Boa Vista. O passageiro tentou embarcar para Campinas, no interior paulista, com 5 quilos de ouro ilegal. Foram três anos de apuração, que identificou uma rede dedicada à exploração do mineral extraído da terra indígena Yanomami, no norte do país.

O grupo ainda teria utilizado uma empresa de comércio de frutos do mar, em Boa Vista, para movimentar parte do dinheiro que seria usado na aquisição do ouro.

A operação desta 2ª feira é a oitava só este ano com objetivo de identificar origem e destino de recursos destinados ao garimpo ilegal na terra Yanomami. A exploração do minério gerou uma crise sanitária no território, alvo de uma operação do governo federal para evitar mortes de indígenas e para expulsar garimpeiros ilegais.

A Polícia Civil ainda não pediu a prisão dos suspeitos, mas acredita que mais pessoas estejam envolvidas no esquema criminoso.