Polícia prende dono de barbearias acusado de lavagem de dinheiro do tráfico
Segundo a denúncia, ele também extorquia moradores de um loteamento no Rio Grande do Sul

Luciane Kohlmann
O dono de uma rede de barbearias, acusado de lavagem de dinheiro do tráfico, foi preso nesta 5ª feira (25.mai), em Porto Alegre. Segundo a denúncia, ele também extorquia moradores de um loteamento na região metropolitana e ostentava uma vida de luxo.
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Parecia uma história de sucesso: a pequena barbearia do pai em Porto Alegre passou a ser comandada pelo filho e virou uma rede de oito lojas, com faturamento mensal de R$ 500 mil, mas, segundo a polícia, por trás de toda essa ostentação, estava o dinheiro de uma facção criminosa.
"Carros de altíssimo valor de mercado, viagens, mansões, e dizendo que isso era fruto do seu trabalho exclusivo dentro de barbearias, algo que realmente não condiz, não fecha com a renda fornecida por ele no próprio imposto de renda", afirma o delegado Cassiano Cabral.
O dono da rede e o irmão, que é sócio, estão entre os oito presos da operação contra lavagem de dinheiro que aconteceu no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro. Foram apreendidos computadores, além de carros de luxo, como um Porsche, avaliado em mais de R$ 1 milhão.
Segundo a polícia, o dinheiro vinha do tráfico de drogas e também de extorsões contra moradores de um loteamento de Viamão, na Grande Porto Alegre. 400 famílias eram obrigadas a pagar R$ 326 por mês para uma associação. Os valores, que seriam para a regularização do terreno, eram usados para comprar armas e artigos de luxo.
Em um vídeo, uma mulher que foi presa na operação aparece ameaçando quem não fizer o pagamento: "quem não pagar, vai ter que sair, porque não é justo pra quem paga".
Segundo a polícia, a quadrilha movimentou R$ 33 milhões em dois anos e meio: "Este é o nosso objetivo: é descapitalizar as organizações criminosas, é asfixiar eles financeiramente, para que estes valores não sejam investidos no tráfico, em compras de armas, compras de drogas, em advogados mais qualificados e sim, retornem apreendidos pro estado", diz o delegado.
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