Tribunal russo condena crítico de Putin a 25 anos de prisão
Vladimir Kara-Murza foi julgado por desacreditar da "operação militar especial" na Ucrânia
Camila Stucaluc
A Rússia condenou, nesta 2ª feira (17.abr), o político Vladimir Kara-Murza a 25 anos de prisão por crimes de traição. O político, um dos principais críticos do governo de Vladimir Putin, vinha pressionando o Ocidente a impor sanções contra Moscou por violações de direitos humanos, bem como por crimes de guerra na Ucrânia.
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"Os criminosos devem se arrepender do que fizeram. Eu, por outro lado, estou na prisão por minhas opiniões políticas. Também sei que chegará o dia em que a escuridão sobre nosso país se dissipará", disse Kara-Murza após ouvir a sentença. "A Rússia será livre", frisou, citando um dos slogans mais conhecidos da oposição do país.
A decisão russa foi condenada pela comunidade internacional. A embaixadora britânica na Rússia, Deborah Bronnert, por exemplo, classificou o veredito como "chocante" e pediu a libertação imediata de Kara-Murza. O mesmo foi dito pelo Chefe de Direitos Humanos das Nações Unidas, Volker Türk, que defendeu a liberdade de expressão.
"Kara-Murza foi julgado por acusações que parecem relacionadas ao exercício legítimo de seu direito à liberdade de opinião e expressão, incluindo sua crítica pública ao ataque armado da Russa contra a Ucrânia. Ninguém deve ser privado de sua liberdade por exercer seus direitos humanos. Peço às autoridades que o libertem", disse Türk, acrescentando que, enquanto estiver preso, o político deve ser tratado com respeito.
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Pouco antes de ser detido, Kara-Murza participou de uma entrevista na CNN, onde descreveu o Kremlin como "um regime de assassinos". Além de traição, o político foi acusado de desacreditar da "operação militar especial" na Ucrânia. A ação, que pode resultar em até 15 anos de prisão, também já atingiu outros de 400 cidadãos.