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Jornalismo

Polícia investiga mensagens em grupos e publicações antidemocráticas

Investigação sobre atos golpistas mira publicações nas redes sociais

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Mensagens em código, trocadas por grupos antidemocráticos nos dias que antecederam as invasões em Brasília, podem ajudar nas investigações. A Polícia Federal também se debruça em conteúdos publicados nas redes sociais.

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Três dias antes das invasões, em uma transmissão ao vivo em uma rede social, o empresário mineiro Esdras dos Santos convoca pessoas para viajar até Brasília. Ele fala sobre uma guerra espiritual e diz que pessoas valentes devem lutar contra o comunismo. 

"A gente já conseguiu 60 lugares de ônibus, um ônibus já conseguiram com empresário. Nós estamos fazendo essa live para pessoas, homens bravos, homens fortes e mulheres também que não podem ficar para trás, mulheres fortes que queiram ir para Brasília para esses dias 7, 8 e 9. Eu preciso que essas pessoas que queiram ir se apresentem para alistar hoje na porta do quartel, é um alistamento mesmo, para você se alistar meu amigo", disse o empresário.

O vídeo faz parte de uma notícia-crime apresentada pela OAB/MG ao Supremo Tribunal Federal (STF). O repórter Ricardo Brandt -- do SBT News -- teve acesso ao conteúdo. Esdras dos Santos foi incluído no inquérito dos atos antidemocráticos e teve o passaporte cancelado a pedido da Justiça. Ele teria deixado o país após a depredação na praça dos Três Poderes.

Esdras dos Santos é suspeito de liderar e coordenar o movimento golpista em Minas. Ele já havia sido multado pelo ministro Alexandre de Moraes em R$ 100 mil por litigância de má-fé. O empresário acionou a Justiça de Minas no começo do ano para manter o bloqueio da via em frente ao quartel militar de Belo Horizonte, apesar da decisão do STF para que todos os espaços públicos fossem liberados.

Para o conselheiro da OAB/MG, Négis Rodarte, Esdras pode responder a outros crimes além da incitação: "em tese podemos ir um pouquinho mais além, conforme o ministro Alexandre de Moraes vem na sua redação expondo, abrangendo crime até mesmo de terrorismo, visto que o artigo terceiro, o artigo quinto e o artigo sexto dispõem que o financiamento poderá e deverá constituir crime quando tiver por escopo a abolição do estado democrático de direito e também concernente de maneira muito específica a uma tentativa de golpe".

Mensagens em grupos de Telegram acessadas pela Advocacia-Geral da União também mostram o planejamento dos atos violentos.

Os participantes chamam o ato do dia 8 de "festa da Selma", avisam que ela não acontecerá no QG do Exército, e que "quanto mais convidados, melhor". Dizem que há "três pavimentos espaçosos" e que "cabe todo mundo". Além de organizar caronas e ajudas de custo, citam a necessidade de levar máscara contra gás lacrimogêneo, lanternas, rádios comunicadores e orientam como pegar uma granada de gás lacrimogênio para arremessar contra a polícia sem se machucar. pedem que ninguém faça alarme de hora ou data e dizem que isso se chama estratégia.

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