China reafirma política "covid zero", mas flexibiliza regras após protestos
Bloqueio parcial de prédios, testes em massa e reabertura de estabelecimentos estão entre os anúncios
Camila Stucaluc
Autoridades chinesas anunciaram, nesta 2ª feira (28.nov), a flexibilização de algumas das medidas sanitárias impostas no país para conter os casos de covid-19. A iniciativa acontece em meio aos protestos desencadeados contra a política de "covid zero", que pediram a renúncia do presidente Xi Jinping.
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Em Pequim, por exemplo, a gestão confirmou que não vai implementar portões para bloquear o acesso a complexos de apartamentos onde as infecções são encontradas. "As passagens devem permanecer livres para o transporte médico, fugas de emergência e resgates", disse Wang Daguang, que participa do grupo de controle de epidemia.
Já em Guangzhou, onde houve o maior foco de casos de covid-19 na última semana, os moradores não serão mais obrigados a passar por testes diários da doença. Em outros locais, como Urumqi e Xinjiang, mercados e demais negócios em áreas consideradas de baixo risco de infecção irão reabrir ainda nesta semana.
A onda de protestos na China foi desencadeada após um incêndio em Urumqi, que resultou na morte de 10 pessoas. Apesar das autoridades alegarem que os moradores conseguiram sair do prédio, algumas testemunhas afirmaram que as vítimas não escaparam a tempo porque o local estava parcialmente bloqueado devido à covid.
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No domingo (28.nov), duas pessoas foram detidas, em Xangai, por "não obedecer às ordens policiais". A rede BBC também informou que um jornalista britânico, que cobria os protestos, foi preso após ter sido espancado e chutado por agentes de segurança. "Não tivemos nenhuma explicação oficial ou pedido de desculpas das autoridades", disse.
*Com informações da AP