Caso Gritzbach: policiais acusados de participar da morte de delator já eram investigados por outras ações criminosas
Agentes prestaram depoimento sobre o caso; 16 policiais militares são investigados por envolvimento no assassinato e em outras atividades ligadas ao crime
SBT Brasil
Três policiais militares suspeitos de participação na morte do empresário e delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), Vinícius Gritzbach, prestaram depoimento ao Departamento de Homicídios nesta segunda-feira (21). Segundo um inquérito da Corregedoria da Polícia Militar, ao qual o SBT Brasil teve acesso, alguns dos agentes envolvidos já eram investigados por outras ações antes do crime.
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De acordo com as apurações, o cabo Dênis Antônio Martins foi identificado como o responsável pelos disparos de fuzil que mataram Gritzbach. O advogado de Martins nega a acusação, afirmando que o cliente não tinha qualquer relação com o empresário.
No total, 16 policiais militares são investigados por envolvimento tanto no assassinato quanto em outras atividades ligadas ao crime organizado. A Corregedoria aponta que dois núcleos da corporação, formados por agentes de batalhões da Zona Leste e integrantes da ROTA, a tropa de elite paulista, teriam vendido informações sigilosas ao PCC.
Entre os acusados estão Jefferson Silva de Rossi, Paulo Henrique de Deus Leão e Raphael Alvez Mendonça, que, segundo a investigação, informavam antecipadamente ao PCC sobre operações de combate ao tráfico de drogas. Criminosos como Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, foram beneficiados por essa rede criminosa.
A investigação ainda sugere que os policiais recebiam recompensas financeiras expressivas, levando a um estilo de vida incompatível com seus salários. Rossi e Leão, por exemplo, apontados como donos de bares sofisticados na zona Leste, ganhavam o salário de R$ 5.300 mensais. O capitão Mendonça seria frequentador desses estabelecimentos.
Especialistas em segurança pública alertam que a tolerância com desvios de conduta na corporação pode evoluir para casos graves de corrupção. O coronel da reserva José Vicente ressalta que "o desvio de uso da força é o mesmo que permite a corrupção".
O governo paulista afirmou que atos de corrupção nas polícias são intoleráveis e que os responsáveis estão sendo severamente punidos.