Rússia diz que facilitará missão da AIEA na usina nuclear de Zaporizhzhia
Entorno da infraestrutura vem sendo alvo de bombardeios, colocando em risco a segurança europeia
Camila Stucaluc
A Rússia anunciou que irá colaborar para auxiliar a missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) na usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia. Em comunicado divulgado na 2ª feira (15.ago), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, garantiu que o exército fará "todo o necessário".
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"Em estreita cooperação com a agência e sua liderança, faremos todo o necessário para que os especialistas da AIEA estejam na estação e façam uma avaliação verdadeira das ações destrutivas do lado ucraniano", disse Zakharova, referindo-se aos constantes bombardeios registrados ao entorno da usina nos últimos dias.
Atualmente sob ocupação das forças russas, a infraestrutura é tema de preocupação entre a comunidade internacional, uma vez que há um "risco real" de um desastre nuclear. A missão de monitoramento está sendo planejado pelo diretor da agência atômica, Rafael Grossi, que já apresentou a proposta para o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Países como Estados Unidos, Japão e Reino Unido já pediram a saída do exército russo de Zaporizhia para preservar a segurança nuclear tanto da Ucrânia como da Europa. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, por sua vez, classificou como "chantagem" os bombardeios russos próximos à usina e disse que os autores deveriam ser responsabilizados.
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Ele ressaltou que, apenas na última semana, as autoridades locais relataram cinco ataques com foguetes perto de uma área de armazenamento de material radioativo na infraestrutura. Caso atingisse a usina, segundo o líder ucraniano, o incidente poderia resultar em um desastre maior que o de Chernobyl, em 1986.