Estagnação e desigualdade vacinal ameaçam combate à covid, diz Fiocruz
Esquema primário de imunização é menor em municípios do Centro-Oeste e Norte do país
Camila Stucaluc
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) fez um alerta para a estagnação e desigualdade vacinal no combate à covid-19. Segundo a entidade, a maior flexibilização das medidas de prevenção e a não adesão da população à imunização podem permitir que novas variantes surjam e que a velocidade de contágio da doença aumente consideravelmente.
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Dados disponibilizados pelo MonitoraCovid-19, em parceria com o site Coronavírus Brasil, apontam que 83,98 % da população brasileira já foi vacinada com ao menos uma dose e 78,93 % foram imunizados com esquema primário completo (segunda dose). Ainda sim, dificuldades de avanço na vacinação em todas as faixas etárias persistem.
A cobertura de primeira dose e esquema primário completo de adultos, por exemplo, é menor em municípios do Centro-Oeste e Norte do país, estabilizado em cerca de 50%. Na primeira dose de reforço, São Paulo e Minas Gerais, Piauí, Paraíba, Bahia e os estados do Sul apresentam maior cobertura. A diferença também é observada na cobertura de vacinação dos jovens de 12 a 17 anos.
"O avanço da vacinação tem produzido um cenário epidemiológico favorável, porém não se pode afirmar ser o fim da pandemia. Os casos e óbitos estão em números muito menores do que em outros períodos da pandemia, no entanto a vacinação tem enfrentado dificuldades no avanço", afirmam os pesquisadores.
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Eles alertam ainda que a estagnação da imunização não persiste apenas no Brasil, representando um desafio global. Segundo a plataforma Our World in Data, na Coréia do Sul e no Vietnã, a estagnação ocorre com 81% da população com esquema primário completo, enquanto Estados Unidos, Tailândia, Alemanha e França apresentaram estagnação em 62%.