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Angela Merkel defende relações com a Rússia e veto à Ucrânia em 2008

Ex-chanceler alemã afirmou não haver motivos para se desculpar pelos esforços diplomáticos

Angela Merkel defende relações com a Rússia e veto à Ucrânia em 2008
Angela Merkel
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Angela Merkel, ex-chanceler federal da Alemanha, concedeu nesta 3ªfeira (7.jun) a primeira entrevista desde que deixou o cargo. Líder europeia que mais manteve relações diplomáticas com Moscou durante os 16 anos de mandato, Merkel classificou a guerra na Ucrânia como um "um grande erro por parte da Rússia".

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Merkel disse que "não há desculpa" para o ataque "brutal" da Rússia à Ucrânia. Ela já havia feito o mesmo comentário em um encontro sindical na semana passada, segundo a agência de notícias alemã Deustch Presse-Agentur.

A ex-líder vem sendo alvo de críticas pelo silêncio prolongado e pelas políticas que defendeu durante a chancelaria. No entanto, ela rejeitou uma sugestão de que ela e outros -- através das políticas de apaziguamento -- teriam permitido a invasão.

Em 2015, a então chanceler defendeu um acordo de paz negociado em Minsk, na Bielorrússia, com o objetivo de encerrar os combates no leste da Ucrânia entre forças do governo e separatistas apoiados pela Rússia.

"Tentei trabalhar para evitar a calamidade, e a diplomacia não está errada se não for bem-sucedida", disse ela. "É uma grande tristeza que não tenha dado certo, mas não posso me culpar por não ter tentado", afirmou Merkel.

"Na época, trouxe calma e, por exemplo, deu à Ucrânia muito tempo, sete anos, ou seja, para se desenvolver no que é hoje", disse ela. Se não tivesse havido intervenção, "Putin poderia ter causado danos gigantescos na Ucrânia". Merkel também ponderou que as sanções contra a Rússia pela anexação da Crimeia em 2014 "poderiam ter sido mais fortes, no que me diz respeito", mas acrescentou que não havia um sentimento majoritário para fazê-lo na época.

"Nós também não fizemos nada", disse ela, observando que a Rússia foi expulsa do G8 e que a Otan estabeleceu uma meta para os países trabalharem para gastar 2% de seu PIB (produto interno bruto) em defesa.

Merkel também defendeu fortemente a decisão de barrar a entrada da Ucrânia na aliança militar em 2008, algo que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, no início de abril, classificou como um "erro de cálculo".

A Otan prometeu em 2008 que a Ucrânia e a Geórgia um dia se tornariam membros. Mas a preocupação francesa e alemã com as reações da Rússia acabou com as esperança dos países de receber um "plano de ação de adesão" que os traria para a aliança dentro de cinco a 10 anos. A ex-chanceler alegou que "a Ucrânia não era a que conhecemos hoje", dizendo que era um país muito dividido e dominado por oligarcas.

"Não era um país democraticamente estável", finalizou. A entrevista com Merkel foi no teatro Berliner Ensemble, em Berlim e foi conduzida pelo repórter do jornal alemão Spiegel, Alexander Osang. 

* Com informações da Associated Press

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