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Brasil

Violência urbana no Rio de Janeiro preocupa população carioca

Ao total, são cerca de quatro pessoas baleadas por dia na capital e na região metropolitana do estado

Imagem da noticia Violência urbana no Rio de Janeiro preocupa população carioca
Violência urbana: Balas perdidas preocupam moradores | Foto: Reprodução
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Em 2024, o Estado do Rio de Janeiro enfrentou uma realidade alarmante de violência urbana, com cerca de quatro pessoas baleadas por dia, em média, na capital e na região metropolitana. Um levantamento do Instituto Fogo Cruzado revela que foram registrados 2.542 tiroteios, resultando em 758 mortes e 807 feridos. Desses, 25 vítimas fatais e 84 feridos foram atingidos por balas perdidas, uma triste consequência da intensificação dos confrontos entre traficantes e milicianos nas comunidades da cidade.

A morte de Kamilla Vitória, de 12 anos, no início de dezembro, tornou-se um triste exemplo dessa realidade. A adolescente foi atingida por uma bala perdida enquanto brincava perto de sua casa, na Zona Norte do Rio, durante um tiroteio entre criminosos. Seu pai, Sandro Alves, tenta se manter forte, mas a dor pela perda é imensa: "Por dentro, a gente sente uma falta muito grande da nossa filha", diz, emocionado. Sua esposa, Magna de Sousa Gomes, fala com pesar sobre a filha: "Ela era nossa princesa, nossa vida", lembra, visivelmente abatida.

O aumento da violência no Rio de Janeiro tem afetado todos os aspectos da vida cotidiana. O especialista em segurança, José Ricardo Bandeira, explica que a expansão do crime organizado tornou muitas áreas da cidade praticamente imunes à segurança pública.

"Hoje, poucas regiões da cidade oferecem alguma sensação de segurança", afirma o especialista.

Essa realidade é vivida por muitos, como o caso de Alêssa Brasil Vitorino, que foi morta por uma bala perdida ao levar uma amiga para casa na comunidade da Maré. Seu irmão, Alexsey Vitorino, continua a buscar respostas, mas a dor da perda é o que prevalece: "Não sabemos de onde partiu o tiro, ficamos apenas com a dor da perda", lamenta.

Erica Lima, que perdeu seu pai Fernando em um confronto policial na Baixada Fluminense, também compartilha o sofrimento de tantas famílias que não têm mais seus entes queridos por causa da violência.

"Meu pai era um homem trabalhador, foi embora para o trabalho e não voltou. Isso tem que acabar". As vítimas e seus familiares pedem um fim à violência, que continua a tomar vidas e a dilacerar comunidades. Para o especialista, é quase impossível prevenir-se quando a violência invade os lares: "É muito difícil pensar em uma forma de se proteger quando o perigo está dentro de casa", conclui com indignação.

O ano de 2025 também começou com episódios de violência no Rio de Janeiro, onde quatro pessoas foram atingidas por balas perdidas desde a véspera de ano novo. Duas dessas não resistiram aos ferimentos. Um dos casos aconteceu em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e um idoso de 65 anos foi baleado e, apesar de ter sido levado ao hospital, morreu pouco depois.

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