Situação na usina nuclear ocupada de Zaporizhzhia é insustentável

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, afirmou que o nível de segurança na maior usina nuclear da Europa, atualmente sob ocupação russa na Ucrânia, é como uma "luz vermelha piscando" enquanto sua organização tenta, em vão, obter acesso para trabalhar no local.

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À Associated Press, Rafael Grossi disse que a AIEA precisa de acesso à fábrica de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, para que seus inspetores possam, entre outras coisas, restabelecer conexões com a sede da agência da ONU em Viena. E para isso, tanto a Rússia quanto a Ucrânia precisam ajudar. Segundo ele, a usina precisa de de reparos, "e tudo isso não está acontecendo. Portanto, a situação como a descrevi, e repetiria hoje, não é sustentável como é". A entrevista concedida à agência de notícia ocorreu um dia depois da vísita de Grossi a Kiev, onde conversou com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky sobre o assunto.

"Existem duas unidades que estão ativas, em operação ativa, como você sabe, outras que estão em reparos ou em resfriamento. E há algumas atividades, atividades técnicas e também atividades de fiscalização que precisam ser realizadas", disse Grossi.

Com 15 reatores e uma das maiores capacidades de geração de energia nuclear do mundo, a guerra, essencialmente, transformou partes da Ucrânia em um campo minado nuclear. Repetidas vezes, desde a invasão, especialistas nucleares observaram, alarmados, como as forças russas chegaram desconfortavelmente perto de várias usinas nucleares na Ucrânia.

Na 2ªfeira (25.abr), mísseis de cruzeiro russos sobrevoaram a usina nuclear de Khmelnitsky, no oeste do país ocupado. "Não pode haver nenhuma ação militar dentro ou ao redor de uma usina nuclear", apelou Grossi. O diretor deve se reunir com autoridades russas nos próximos dias, onde tentará construir uma solução adequada para o problema.

*Com informações da Associated Press