Milhares de civis deixam cidades ucranianas após cessar-fogo temporário
Depois de três tentativas frustradas de trégua, formação de corredores humanitários foi bem-sucedida
SBT Brasil
Milhares de civis conseguiram deixar áreas de intenso conflito na Ucrânia, nesta 3ª feira (8.mar), por meio dos chamados "corredores humanitários", formados após um efetivo cessar-fogo temporário entre russos e ucranianos.
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Em Sumy, cidade no nordeste do país, um comboio de moradores foi levado de ônibus para Poltava, na região central da Ucrânia, longe da zona de conflito. A trégua no condado aconteceu horas depois de um ataque aéreo russo deixar pelo menos 21 mortos, incluindo crianças, na cidade. Ucranianos também conseguiram deixar a região de Irpin, nos arredores de Kiev, após uma longa travessia a pé.
A garantia de passagem segura tanto da população que quer deixar o país em guerra quanto da ajuda humanitária para as cidades mais afetadas pelos ataques havia sido acordada entre os governos da Rússia e da Ucrânia nas três últimas rodadas de negociações. Porém, segundo autoridades de ambas as nações, a trégua militar não estava sendo respeitada.
Segundo o Ministério da Defesa ucraniano, os países haviam concordado com a formação de corredores humanitários em Kiev e em mais quatro cidades. Contudo, militares russos estariam abrindo fogo nas regiões e, até mesmo, plantando minas e explosivos nos trajetos que serviriam para a travessia de pessoas e suprimentos, em locais como a capital ucraniana, em Kharkiv e em Mariupol.
ONU pede "corredores seguros" para levar ajuda à Ucrânia
A retirada bem-sucedida de civis das áreas de conflito acontece um dia após o subsecretário-geral das Nações Unidas (ONU) para Assuntos Humanitários e Coordenação de Operações de Emergência, Martin Griffiths, defender a criação de "corredores seguros" para a chegada de ajuda humanitária às cidades ucranianas. Segundo Griffiths, a ONU teme que comboios de assistência à população sejam alvos de ataques da Rússia.
"Civis em zonas como Mariupol, Kharkiv, Melitopol e outros locais precisam desesperadamente de ajuda, especialmente suplementos médicos que salvam vidas", declarou o subsecretário-geral em reunião do comitê de Operações de Emergência, em encontro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, nesta 2ª feira (7.mar).
Na ocasião, Griffiths argumentou ainda que a garantia do fornecimento de ajuda humanitária é obrigação de russos e ucranianos e deve se feita "em conformidade com as obrigações das partes sob as leis de guerra".
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