CPI da Prevent Senior analisa estudo sobre as mortes por covid em hospitais
Dados mostraram que UTIs brasileiras, comparado com outros países, apontam maiores taxas de mortalidade pela doença
SBT News
Na reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), da Prevent Senior foi divulgado um estudo sobre as mortes por Covid-19 em hospitais públicos e privados da capital e na análise do sistema de prontuários eletrônicos da operadora de saúde. A reunião foi realizada nesta 5ª feira (17/2).
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O médico Paulo Hilário Nascimento Saldiva, do Departamento de Patologia da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) , e os sócios da Techsallus tecnologia e saúde ? empresa responsável pelos prontuários eletrônicos da Prevent Senior -, Jorge Frank Menezes e Alberto J. Felipe Jr foram os autores da pesquisa.
O estudo intitulado como "Probabilidade de óbito dos pacientes hospitalizados com SRAG e Covid-19 notificados no SIVEP-Gripe no município de São Paulo" foi elaborado por um grupo multidisciplinar de pesquisadores da USP. Foram analisados dados da base SIVEP-Gripe, públicos e não nominais, de internações e óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave, SRAG, com classificação final sendo Covid-19 e outras causas.
Ao longo da pandemia, levantamentos mostraram que as Unidades de Terapia Intensiva UTIs brasileiras, em comparação com outros países, apresentavam taxas de mortalidade maiores de Covid-19. Além disso, o estudo visa a produção de conhecimento para avaliação do desempenho dos hospitais no tratamento dos casos graves de SRAG.
Entre 1 de janeiro de 2020 e 15 de novembro de 2021, os hospitais foram divididos em três grupos: públicos, privados e híbridos, que atendem às duas modalidades. No primeiro grupo, constavam o Hospital das Clínicas/USP, o Hospital São Paulo/UNIFESP ? ambos terciários de referência para Covid-19 ? e os demais públicos da cidade.
Entre os privados, estavam os hospitais de alto custo Albert Einstein, Sírio-Libanês e Oswaldo Cruz, além das unidades Sancta Maggiore (Prevent Senior) e demais privados de baixo custo. O único híbrido incluído na pesquisa foi o Hospital Santa Marcelina.
No período de estudo foram registradas 252.376 hospitalizações por SRAG no município de São Paulo, sendo 66,2% por Covid-19, 31,7% por SRAG de outras causas e 2,1% sem informação de classificação etiológica final.
Do total de hospitalizações, 23% dos pacientes morreram e 73% das mortes foram por Covid-19. Além disso, 34% dos pacientes passaram por tratamento intensivo e 40% dos que precisam de UTI morreram.
Quanto à letalidade dos hospitais, o Sancta Maggiore apresentou índice de letalidade 38,6%, acima dos dois hospitais públicos de referência da covid-19 Em comparação com 32,5% do Hospital das Clínicas e 32% do Hospital São Paulo e dos demais públicos 26,9% e privados 17,3%. Uma média muito superior à dos hospitais de alto custo 9,3% do Oswaldo Cruz, 9% do Albert Einstein e 8,5% do Sírio-Libanês.
Nas conclusões, o estudo aponta que a probabilidade de morte dos pacientes internados por Covid-19/SRAG em UTI aumenta com a idade. Em geral, é maior para os hospitais públicos do que para os privados, exceto para os hospitais da Prevent Senior, que têm maiores probabilidades.
Além disso, é maior para os que foram para UTI do que para os que não foram. Porém, é maior para os hospitais da Prevent Senior em todas as idades, menos para os com mais de 90 anos, que é tão alta quanto a do HC e dos órgãos públicos. A menor probabilidade de óbito nos hospitais da Prevent Senior foi de 50% para os menores de 60 anos.