Presidente da África do Sul pede para população se vacinar
Cyril Ramphosa faz apelo após rápido avanço da covid-19 no país
O presidente da África do Sul, Cyril Ramphosa, convocou nesta segunda-feira (06.Dez) a população do país a procurar os postos de vacinação para se imunizar contra a covid-19. Além disso, o país prepara hospitais para receber mais pacientes infectados com a doença. Segundo autoridades, o número diário de casos positivos aumentou cinco vezes.
Na declaração, o presidente Ramphosa também cobrou o uso de máscaras e disse pode se reunir com o Conselho do Comando Nacional do Coronavírus da África do Sul para revisar a situação e, se necessário, tomar medidas adicionais para manter as pessoas seguras e saudáveis.
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A África do Sul vive a quarta onda da pandemia. A nova variante do coronavírus, ômicron, é a dominante no país. A Organização Munidal da Saúde já alertou sobre o risco global que a ômicron representa pela quantidade e variedade de mutações genéticas e poderá se espalhar pelos diferentes continentes de forma acelerada.
Acesso à vacina
Um estudo da Fundação Mo Ibrahim revela uma triste realidade: a falta de registros civis na África pode excluir milhões de pessoas da vacinação contra a covid-19 por falta de acesso a documentação e serviços de saúde.
De acordo com a pesquisa, mais de 50% das crianças nascidas no continente não têm existência legal por falta de registro, serviço que foi prejudicado ou interrompido durante a pandemia. As estimativas dos autores do estudo são ainda mais graves. Para eles, até 2030, o número de crianças sem registro pode passar de 100 milhões de crianças.
O registro de nascimento é gratuito em apenas quatro dos 24 países da África Ocidental e Central, e os custos podem desestimular as famílias. Sem documentos de identificação, os cidadãos nem tem acesso aos serviços públicos de saúde, o que pode inviabilizar o acesso à imunização.
Outro problema é que a insuficiência nos registros civis tem impacto nas medidas para controlar a pandemia ou avaliar os resultados. Isso dificulta a definição de uma política pública e avaliar se ela atende, de fato, as necessidades do povo africano.