Jornalismo
Pandemia evidencia dificuldades enfrentadas por profissionais do SUS
No Dia Mundial da Saúde, trabalhadores da área falam sobre jornadas exaustivas e condições precárias
Paulo Oliveira
• Atualizado em
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O Dia Mundial da Saúde, celebrado nesta 4ª feira (7.abr), ocorre mais uma vez em meio à pandemia do novo coronavírus. Diante da crise sanitária, a atuação de profissionais da área que integram o quadro do Sistema Único de Saúde (SUS) tem se mostrado fundamental. Mas na mesma proporção que a importância dessas categorias foi evidenciada, o período da pandemia também expôs as más condições de trabalho a que eles são submetidos.
No Brasil, ao menos 700 médicos e 723 enfermeiros morreram em decorrência da covid-19 desde o início da pandemia, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).
Pesquisa da Fiocruz aponta que 95% dos profissionais de saúde tiveram a vida impactada pela pandemia. Além disso, 64% afirmam que tiveram que improvisar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). O estudo também mostra que quase 50% desses trabalhadores admitiram excesso de trabalho no período e que 45% trabalham em mais de um emprego para se sustentar.
O levantamento, intitulado Condições de Trabalho dos Profissionais de Saúde no Contexto da Covid-19, concluiu que as mulheres são maioria no enfrentamento à pandemia, totalizando 77,6% da força de trabalho.
Outro estudo, da Universidade de São Paulo (USP), revela que, em 2020, apenas 21,5% dos médicos brasileiros atuavam exclusivamente no SUS. Em contrapartida, de acordo com o IBGE, em 2019, o SUS era responsável por 71,5% dos atendimentos de saúde no país.
No pior momento da crise sanitária, representantes de entidades de saúde apelam por melhores condições. É o caso de profissionais de enfermagem capixabas. "Desde sempre, a enfermagem trabalha em defesa da vida e das políticas públicas em todos os níveis. Assim, além de aplausos e do 'título' de heróis, nada de concreto nos foi proporcionado até hoje", afirmam o Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES), o SindiEnfermeiros-ES e o Departamento de Enfermagem da UFES em nota conjunta divulgada neste mês.
Silvia Tavares, presidente do Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa), é pessimista quanto ao futuro do SUS, mesmo após o fim da pandemia. "A área da saúde sai com muitas sequelas por conta da má alocação de recursos. Hoje percebemos a importância do SUS. Porém, mesmo após a pandemia, ainda teremos muito ainda pelo o que lutar", diz.
Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público (Servir Brasil), o deputado federal Professor Israel Batista (PV-DF), defende que o Congresso Nacional proponha e aprove projetos para melhorar o dia a dia desses profissionais, sobretudo aqueles que atuam no SUS. "Neste um ano de pandemia, são os servidores da saúde que trabalham exaustivamente na linha de frente. E agora, na segunda onda, ainda mais. Estão lutando nos hospitais públicos. O mínimo que o Congresso precisa fazer é apoiar medidas que melhorem o serviço público e garantam condições plenas de trabalho. E não o contrário", ressalta.
Assista à reportagem completa do SBT Brasil
No Brasil, ao menos 700 médicos e 723 enfermeiros morreram em decorrência da covid-19 desde o início da pandemia, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).
Pesquisa da Fiocruz aponta que 95% dos profissionais de saúde tiveram a vida impactada pela pandemia. Além disso, 64% afirmam que tiveram que improvisar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). O estudo também mostra que quase 50% desses trabalhadores admitiram excesso de trabalho no período e que 45% trabalham em mais de um emprego para se sustentar.
O levantamento, intitulado Condições de Trabalho dos Profissionais de Saúde no Contexto da Covid-19, concluiu que as mulheres são maioria no enfrentamento à pandemia, totalizando 77,6% da força de trabalho.
Outro estudo, da Universidade de São Paulo (USP), revela que, em 2020, apenas 21,5% dos médicos brasileiros atuavam exclusivamente no SUS. Em contrapartida, de acordo com o IBGE, em 2019, o SUS era responsável por 71,5% dos atendimentos de saúde no país.
Linha de frente
No pior momento da crise sanitária, representantes de entidades de saúde apelam por melhores condições. É o caso de profissionais de enfermagem capixabas. "Desde sempre, a enfermagem trabalha em defesa da vida e das políticas públicas em todos os níveis. Assim, além de aplausos e do 'título' de heróis, nada de concreto nos foi proporcionado até hoje", afirmam o Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES), o SindiEnfermeiros-ES e o Departamento de Enfermagem da UFES em nota conjunta divulgada neste mês.
Silvia Tavares, presidente do Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa), é pessimista quanto ao futuro do SUS, mesmo após o fim da pandemia. "A área da saúde sai com muitas sequelas por conta da má alocação de recursos. Hoje percebemos a importância do SUS. Porém, mesmo após a pandemia, ainda teremos muito ainda pelo o que lutar", diz.
Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público (Servir Brasil), o deputado federal Professor Israel Batista (PV-DF), defende que o Congresso Nacional proponha e aprove projetos para melhorar o dia a dia desses profissionais, sobretudo aqueles que atuam no SUS. "Neste um ano de pandemia, são os servidores da saúde que trabalham exaustivamente na linha de frente. E agora, na segunda onda, ainda mais. Estão lutando nos hospitais públicos. O mínimo que o Congresso precisa fazer é apoiar medidas que melhorem o serviço público e garantam condições plenas de trabalho. E não o contrário", ressalta.
Assista à reportagem completa do SBT Brasil
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