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Supostos diálogos de Moro causaram perplexidade na magistratura

Presidente da AMB, Renata Gil, fala do caso no Poder em Foco, no SBT

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Renata Gil, presidente da AMB, fala de supostos diálogos de Sérgio Moro
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A presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, a juíza criminal Renata Gil, afirmou que os diálogos revelados pela Operação Spoofing, causaram perplexidade na magistratura. As mensagens foram supostamente trocadas pelo ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro e integrantes do Ministério Público.   

"É importante que se diga que, durante todo o tempo em que era magistrado, Moro sempre foi tido pela magistratura como retilíneo, que sempre obedeceu todas as regras do cargo. Agora, esses diálogos todos que foram divulgados causaram perplexidade em toda a comunidade, em toda a sociedade e especialmente na comunidade jurídica", disse em entrevista ao Poder em Foco, no SBT. 
 


A operação investiga a invasão de celulares de Sergio Moro e de integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acusa Moro de suspeição, obteve acesso à íntegra das conversas. No dia (1º) de fevereiro, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou o sigilo da ação e os advogados do ex-presidente começaram a divulgar o conteúdo. 

Em nota, Moro afirmou não reconhecer a autenticidade das mensagens e disse que "se verdadeiras, teriam sido obtidas por meios criminosos, por hackers, de celulares de procuradores da República, sendo, portanto, de se lamentar a sua utilização para qualquer propósito, ignorando a origem ilícita".

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A presidente da AMB ressaltou que é necessário aguardar a análise definitiva do caso pelo STF, até porque a população não teve acesso à íntegra do conteúdo. "Nós temos alguns trechos, não sabemos se retirados de contexto ou não", ponderou. 

Renata Gil lembrou que os questionamentos sobre suposta atuação política de Sergio Moro, tomaram dimensão internacional, no meio acadêmico. Lembrou, por exemplo, que professores da Universidade de Yale indagaram o fato de o ex-juiz ter deixado a magistratura e entrado para o mundo da política ao aceitar ser ministro de Estado no Governo Bolsonaro. 

"Mas tudo isso só tem uma repercussão importante caso fique comprovado que ele atuou deliberadamente em prol ou perseguindo alguma das partes. Isso a gente vai aguardar com o julgamento definitivo da sua suspeição", concluiu.

Nessa sexta-feira (19), a Procuradoria-Geral da República protocolou pedido para que o plenário do Supremo Tribunal Federal julgue a validade das mensagens obtidas pela Operação Spoofing em plenário. Enquanto o julgamento não ocorrer a PGR pede para que o julgamento do processo de suspeição do ex-juiz federal Sergio Moro seja interrompido até que os 11 ministros se manifestem sobre os diálogos da Spoofing. 

Também deve ocorrer nos próximos dias o julgamento sobre a decisão do ministro Edson Fachin que anulou as condenações do ex-presidente Lula. Internamente, a ideia é de que este caso seja resolvido antes da retomada da suspeição de Moro.

"Legado da Lava Jato é irrepreensível"

A presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, juíza Renata Gil, ressaltou que a operação já deixou um importante legado para o país, recuperou bilhões de reais e ampliou a cultura de combate à corrupção. 

"O legado da Lava Jato é irrepreensível. Eu penso que o legado e tudo que foi apresentado ao país durante a Lava Jato, serve como um sistema anti-lavagem. Hoje, todas as empresas brasileiras têm compliances internos.

Renata Gil defende que eventuais erros que sejam detectados sejam julgados. "Agora também dizer que tudo foi feito errado, que todas as instituições que atuaram, todos os integrantes das instituições que atuaram, atuaram de forma incorreta também ainda não é certo de ser dito e nem foi apurada essa essa conduta funcional desses supostos envolvidos", finalizou. 
 


 Perfil

Renata Gil nasceu no Rio de Janeiro e é juíza criminal na comarca do Estado há 22 anos. Ela é a 1ª mulher a presidir a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), maior associação de juízes do país (tem 14 mil associados, incluindo juízes estaduais, federais, do trabalho, militares, ministros do STF e do STJ). Também é a 1ª mulher a assumir a presidência da Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público, que reúne entidades de juízes e do MP. 

Poder em Foco
 
     O Poder em Foco vai ao ar na madrugada deste domingo (21) para segunda, 0h45, no SBT. Além da apresentadora, Roseann Kennedy, também participa do programa a repórter do SBT Brasil, Kala Lucena. Neste mês, quando é celebrado o Dia Internacional da Mulher, a cada semana uma mulher de destaque no ambiente do poder será entrevistada. 

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