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Jornalismo

Favelas do Rio registraram mais mortes por Covid-19 que 121 países no mundo

A falta de acesso a serviços essenciais contribui para o avanço da doença nas comunidades

Imagem da noticia Favelas do Rio registraram mais mortes por Covid-19 que 121 países no mundo
Foto de uma série de casas em uma favela
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Um levantamento realizado pelo Painel Unificador - grupo de entidades civis criado para monitorar a Covid-19 nas comunidades do Rio de Janeiro - revelou que as favelas cariocas registraram mais mortes pela doença que 121 países no mundo.

Desde julho deste ano, foram registradas mais de 2.900 mortes pelo novo coronavírus em 228 favelas. Isso representa 12% de todos os óbitos no estado. A falta de acesso a serviços essenciais contribuiu para o avanço do vírus nas comunidades.

O número é maior que o divulgado, por exemplo, pelo Japão, que contabiliza 2.392 falecimentos até então, pela Irlanda (2.117), Paraguai (1.901) e Austrália (908).

Em áreas em que as pessoas mais precisam e menos têm acesso a serviços essenciais, iniciativas solidárias fazem a diferença durante a pandemia. Para a coordenadora da ONG Redes da Maré, Luna Arouca, o cenário é resultado da falta de investimento do poder público nas unidades de atenção básica de saúde.

"Essas unidades, que são as joias do SUS, onde os agentes de saúde chegam e conhecem as famílias e que poderiam realmente ter feito um trabalho de contenção da pandemia, não tinham estruturas para garantir esse atendimento à população", explicou Luna.

De acordo com João Migowski, clínico geral e especialista em medicina de estilo de vida, também falta o básico em infraestrutura. "Estamos tendo uma crise de abastecimento de água em vários bairros do Rio de Janeiro, o que acaba impedindo que medidas básicas de prevenção ao contágio sejam feitas, como a lavagem das mãos", disse ele.

Fora das comunidades, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) chama a atenção para outro dado alarmante: quase 5 mil pacientes morreram de covid-19 no Rio sem conseguirem ter acesso a uma unidade de terapia intensiva (UTI), o que demonstra a sobrecarga do sistema de saúde.
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