Jornalismo
Homenagens às vítimas marcam um ano da tragédia no Ninho do Urubu
Dez adolescentes morreram no incêndio do CT do Flamengo. Oito pessoas foram indiciadas, incluindo o ex-presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello
SBT News
• Atualizado em
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No Ninho do Urubu, na zona oeste do Rio de Janeiro, a bandeira permanece a meio mastro, em sinal de luto. Neste sábado (08), homenagens aos dez adolescentes mortos no incêndio do Centro de treinamento do Flamengo, marcaram um ano da tragédia.
Nas entradas do CT do clube, do Ministério Público do RJ e da delegacia que investiga o caso, o grupo "Flamengo da Gente" pendurou varais com camisas do time, com os nomes das vítimas nas costas.
Artistas grafitaram os rostos dos meninos em uma parede, em frente ao Maracanã. Já dentro do estádio, o clube também prestou a sua homenagem às vítimas, antes da partida contra o Madureira, pelo Campeonato Carioca.
"A gente tem que conviver com a saudade, né, que a gente sabe que a saudade é uma coisa que não passa, é uma dor que só aumenta", conta Marília de Barros Silva. Há um ano, ela organizava uma festa surpresa para o filho, Arthur Vinícius, que faria 15 anos no dia seguinte à tragédia.
O jovem zagueiro havia deixado a casa mãe pelo sonho de brilhar no Flamengo. "A minha preocupação maior com o Arthur, quando eu deixei lá, era a violência no Rio de Janeiro. Onde eu achei que o meu filho tava mais seguro foi onde eu o perdi".
A perícia apontou o curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado como a causa do fogo que consumiu os alojamentos. Além disso, os seis contêineres que serviam de dormitórios para a categoria de base do clube não tinham alvará da Prefeitura do Rio de Janeiro, nem certificado do Corpo de Bombeiros.
Fotos anexadas ao inquérito mostraram que as instalações no Ninho do Urubu eram precárias. As janelas, por exemplo, eram pequenas e a fiação elétrica tinha emendas grosseiras. O revestimento das paredes dos contêineres era feito de espuma, o que fez com que as chamas se alastrassem rapidamente. Do lado de fora, as tomadas não tinham o acabamento básico.
Somente este ano, o time prevê arrecadar R$ 726 milhões de reais; somente com a venda do atacante Reinier, de 18 anos, ao real Madrid, R$ 140 milhões entraram para os cofres rubro-negros. Contudo, o clube brasileiro que mais investe no futebol profissional ainda não fechou acordos com sete das dez famílias dos mortos, que continuam lutando por uma reparação na Justiça.
"Tava quase tudo fechado, mas eu não sei o que cargas d`água deu que o Flamengo: não, não vou pagar isso. E não teve mais acordo. Então, a doutora entrou com uma ação", afirma Rosana de Souza, mãe do jogador Rykelmo, que também morreu no incidente.
Rosa ainda relata que, após a morte do filho, teve que deixar o emprego no hospital. "No hospital, tem uma ala de queimados. Então, estava sendo muito difícil para mim entrar naquela [ala], porque a gente vê as pessoas né, e eu lembrava do meu menino, do acontecido".
O Flamengo recusou uma proposta de indenização que considera a produtividade que as vítimas teriam ao longo da vida. O clube, no entanto, foi obrigado pela Justiça a dobrar a pensão mensal que pagava inicialmente aos parentes, de cinco para dez mil reais. Um acordo foi fechado com os três jogadores feridos; nele, está incluído os custos com os tratamentos médico e psicológico dos jovens.
O Ministério Público recebeu, somente nesta semana, o inquérito da Polícia Civil com mais esclarecimentos sobre o caso. Oito pessoas foram indiciadas, incluindo o ex-presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello.
Nas entradas do CT do clube, do Ministério Público do RJ e da delegacia que investiga o caso, o grupo "Flamengo da Gente" pendurou varais com camisas do time, com os nomes das vítimas nas costas.
Artistas grafitaram os rostos dos meninos em uma parede, em frente ao Maracanã. Já dentro do estádio, o clube também prestou a sua homenagem às vítimas, antes da partida contra o Madureira, pelo Campeonato Carioca.
"A gente tem que conviver com a saudade, né, que a gente sabe que a saudade é uma coisa que não passa, é uma dor que só aumenta", conta Marília de Barros Silva. Há um ano, ela organizava uma festa surpresa para o filho, Arthur Vinícius, que faria 15 anos no dia seguinte à tragédia.
O jovem zagueiro havia deixado a casa mãe pelo sonho de brilhar no Flamengo. "A minha preocupação maior com o Arthur, quando eu deixei lá, era a violência no Rio de Janeiro. Onde eu achei que o meu filho tava mais seguro foi onde eu o perdi".
A perícia apontou o curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado como a causa do fogo que consumiu os alojamentos. Além disso, os seis contêineres que serviam de dormitórios para a categoria de base do clube não tinham alvará da Prefeitura do Rio de Janeiro, nem certificado do Corpo de Bombeiros.
Fotos anexadas ao inquérito mostraram que as instalações no Ninho do Urubu eram precárias. As janelas, por exemplo, eram pequenas e a fiação elétrica tinha emendas grosseiras. O revestimento das paredes dos contêineres era feito de espuma, o que fez com que as chamas se alastrassem rapidamente. Do lado de fora, as tomadas não tinham o acabamento básico.
Somente este ano, o time prevê arrecadar R$ 726 milhões de reais; somente com a venda do atacante Reinier, de 18 anos, ao real Madrid, R$ 140 milhões entraram para os cofres rubro-negros. Contudo, o clube brasileiro que mais investe no futebol profissional ainda não fechou acordos com sete das dez famílias dos mortos, que continuam lutando por uma reparação na Justiça.
"Tava quase tudo fechado, mas eu não sei o que cargas d`água deu que o Flamengo: não, não vou pagar isso. E não teve mais acordo. Então, a doutora entrou com uma ação", afirma Rosana de Souza, mãe do jogador Rykelmo, que também morreu no incidente.
Rosa ainda relata que, após a morte do filho, teve que deixar o emprego no hospital. "No hospital, tem uma ala de queimados. Então, estava sendo muito difícil para mim entrar naquela [ala], porque a gente vê as pessoas né, e eu lembrava do meu menino, do acontecido".
O Flamengo recusou uma proposta de indenização que considera a produtividade que as vítimas teriam ao longo da vida. O clube, no entanto, foi obrigado pela Justiça a dobrar a pensão mensal que pagava inicialmente aos parentes, de cinco para dez mil reais. Um acordo foi fechado com os três jogadores feridos; nele, está incluído os custos com os tratamentos médico e psicológico dos jovens.
O Ministério Público recebeu, somente nesta semana, o inquérito da Polícia Civil com mais esclarecimentos sobre o caso. Oito pessoas foram indiciadas, incluindo o ex-presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello.
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