Manchas de petróleo chegam à Baía de Todos-os-Santos

Representantes do governo dos estados atingidos pelas manchas de petróleo e ambientalistas criticaram o que consideram uma reação atrasada do governo em relação ao problema. Nessa quinta-feira (17), as manchas chegaram à Baía de Todos-os-Santos, a maior do país.

Gilvan Dias, diretor-presidente da Administração Estadual do Meio Ambiente e representante de Sergipe, apontou uma falta de diálogo com os estados que estão sendo afetados: "Se esses acontecimentos, que já vão para quase dois meses que estamos no nordeste sofrendo com isso, se fosse uma praia, não desmerecendo nossos irmãos do Rio, de Santa Catarina, se nós estaríamos há dois meses sem termos pelo uma efetividade do Estado e da União nesse sentido".

O procurador da República do Rio Grande do Norte, Vítor Manuel Mariz, destacou que há falta de planejamento: "O que percebemos foi a falta de planejamento, falta de planos de contingência, a não observância de documentos muito importantes que norteiam a atuação para proteção de áreas sensíveis".

Representantes do governo afirmaram que o DNA do óleo bruto é venezuelano, mas que ainda não é possível confirmar o responsável pelo desastre, ou quando o vazamento começou. A Associação dos Servidores do Ministério do Meio Ambiente disse que o órgão ignorar o conhecimento técnico dos servidores, porém o ministro Ricardo Salles discorda da afirmação:

"Todos os órgãos ambientais, o IBAMA, o ICMBio, a Marinha, a ANP, estão trabalhando incessantemente no monitoramento, no recolhimento, na destinação deste óleo desde o início de setembro".

Agentes públicos e voluntários se uniram para limpar a sujeira na Bahia, pois as manchas podem afastar turistas e colocar em risco a saúde dos moradores. O governo de Pernambuco sobrevoou o litoral do estado e não encontrou manchas, mas achou óleo na praia da Peroba, em Alagoas, e prometeu ajudar na limpeza. Quase 180 praias do nordeste já foram afetadas.