Queimadas na Amazônia: Bolsonaro faz pronunciamento em rede nacional
Após uma reunião de emergência, Bolsonaro decidiu anunciar uma série de medidas de combate às queimas e ao desmatamento na região amazônica
SBT News
O presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento em rede nacional - de rádio e televisão - para anunciar as primeiras ações do governo no combate às queimadas e ao desmatamento na região amazônica, além de comentar sobre a repercussão negativa do assunto no exterior.
O Governo brasileiro tem sido alvo de intensas críticas em relação às políticas públicas de preservação da chamada Amazônia Legal.
No discurso, Bolsonaro alegou que os incêndios acontecem em diversos locais do mundo e que, por isso, argumentou que a incidência no Brasil não deve "servir de pretexto para sanções internacionais".
Contudo, apesar do anúncio feito pelo Palácio Planalto - após uma reunião de emergência, nesta sexta-feira - ter sido de que o presidente traria medidas concretas de combate às chamas, o pronunciamento de Bolsonaro não fez menção às tais providências - além do que já havia sido informado.
Ainda no início da tarde desta sexta-feira, o Governo havia anunciado que as Forças Armadas atuariam, durante um mês, para ajudar a combater os incêndios florestais em estados que solicitassem o suporte por meio do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Pela manhã, inclusive, em discurso na cerimônia do dia do soldado, Bolsonaro reforçou também o papel dos militares na manutenção da floresta. "Árdua é a missão de desenvolver e defender a Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi de nossos antepassados de conquistá-la e mantê-la".
Na gravação exibida em rede nacional, o presidente reforçou a ação. "É nesse sentindo que trabalham todos os órgãos do governo. Somos um governo de tolerância zero com a criminalidade, e na área ambiental não será diferente. Por essa razão, oferecemos ajuda a todos os estados da Amazônia Legal. Com relação àqueles que a aceitarem, autorizarei operação de garantia da lei e da ordem".
Pronunciamento de Bolsonaro é resposta às críticas internacionais
A fala de Bolsonaro durante o pronunciamento desta sexta-feira trouxe, pela primeira vez, menções a possíveis sanções econômicas ao Brasil como uma forma de retaliação às políticas públicas do país em relação à Amazônia.
O aumento exponencial das queimadas na Amazônia não compromete apenas a imagem do Brasil no exterior, mas, pode também repercutir negativamente na economia do país.
O recém-assinado acordo comercial Mercosul-União Europeia, por exemplo, precisa ainda ser ratificado pelo parlamento europeu, onde os ambientalistas têm uma das principais bancadas.
O secretário-geral da ONU foi uma das autoridades que demonstrou apreensão sobre o assunto, nesta quinta-feira (22). António Guterres afirmou que está "profundamente preocupado com as queimadas na floresta amazônica" e pediu proteção à biodiversidade da região.
No mesmo dia, pelas redes sociais, o presidente da França, Emmanuel Macron, classificou o problema como "crise internacional", que deverá ser discutida na reunião das sete maiores economias do mundo - o G7 -, que acontecerá na capital francesa, a partir deste sábado (24).
Mais tarde, em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o presidente francês Emmanuel Macron "busca instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazônicos para ganhos políticos pessoas".
Bolsonaro ainda declarou que a cobertura da mídia internacional sobre o assunto possui um "tom sensacionalista", e que a postura "não contribui em nada para solução do problema". Segundo ele, o Governo brasileiro continua aberto ao diálogo, com base em dados e no respeito mútuo.