Governadores pedem retirada de pontos do texto da Reforma
25 líderes se comprometeram a defender a proposta do Governo mediante reivindicações. Marcelo Ramos diz que cronograma dos trabalhos não será alterado
SBT News
Vinte e cinco governadores foram à Brasília nesta terça-feira (11) para se reunir com o relator da Reforma da Previdência, o deputado Samuel Moreira, do PSDB, e com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Apenas dois líderes não compareceram à reunião: Wilson Lima, do Amazonas, e Flávio Dino, do Maranhão.
Os chefes dos estados se comprometeram a defender a Reforma da Previdência, desde que sejam retirados do texto determinados pontos, dentre eles: as mudanças na concessão do Benefício de Prestação Continuada, o BPC, pago para idosos de baixa renda e deficientes; o endurecimento das regras para aposentadoria de trabalhadores rurais; e o regime de capitalização, onde cada trabalhador contribui para a própria aposentadoria, em um espécie de poupança.
Os governadores ainda reforçaram o pedido de inclusão dos servidores estaduais e municipais nas novas regras.
"Todos nós concordamos que a forma deve ser a mesma. As regras que forem vigentes para os servidores públicos da União devem ser as regras dos servidores públicos de estados e municípios", defendeu o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande.
Já o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, explicou que "uma reforma que não pega estado e municípios é uma meia reforma". O resultado, segundo ele, seria "menos entusiasmo no setor privado em relação ao Brasil".
Os líderes saíram da reunião confiantes de que serão atendidos pelos relator da reforma, e prometeram convencer as bancadas dos partidos a aprovarem as novas regras para a aposentadoria.
"Nós dependemos, agora, que o relator, juntamente com os líderes no Congresso Nacional, se debrucem sobre essas colocações, produzam um texto e, a partir daí, é que nós vamos ter os nossos apoios", declarou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.
Líderes partidários ainda afirmaram que as alterações podem diminuir a previsão de economia do Governo. No entanto, sem elas, não haverá acordo.
"Houve uma redução no sentimento e na participação positiva dos governadores para transformar essa positividade em votos. Não basta apenas dizer "sou favorável" se você não transformar isso em votos nas suas bancadas", argumentou João Doria, governador de São Paulo.
Apesar dos pedidos, o presidente da Comissão Especial na Câmara, o deputado Marcelo Ramos, confirmou que o prazo de entrega do relatório da Reforma está mantido.
"A pauta é incluir a leitura na quinta-feira, mas, claro que se houver um apelo da maioria dos partidos, a gente vai ter que rever, porque aqui a decisão é da maioria, não é uma decisão pessoal do presidente", disse Ramos.