Violência psicológica, agressão e traição: ex do jogador Caio Paulista detalha abusos em depoimento à polícia
Ana Clara Monteiro acionou a polícia contra jogador do Palmeiras; jornalismo do SBT teve acesso ao depoimento
Derick Toda
Fabio Diamante
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ATENÇÃO, ALERTA DE GATILHO: A reportagem traz conteúdo sensível sobre violência contra a mulher. Recomenda-se cautela na leitura.
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O jornalismo do SBT teve acesso ao depoimento de Ana Clara Monteiro, ex-mulher de Caio Paulista, jogador do Palmeiras, que denunciou o atleta por violência doméstica, na noite de terça-feira (17).
Confira os principais ponto do depoimento de Ana Clara, de 21 anos, à polícia de São Paulo, que investiga o caso.
Início de relação
Para a Polícia Civil, Ana Clara contou que trabalhava em um lounge quando conheceu o jogador em março de 2022, no Rio de Janeiro.
A vítima disse que os sinais de violência começaram a aparecer no início do relacionamento, "mas na época não conseguia ver [o abuso] dessa forma". Segundo o depoimento, Caio "mandava que ela apagasse fotos e publicações do Instagram" e proibiu que ela trabalhasse.
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Traição e agressão
Em setembro do mesmo ano, as primeiras traições começaram a aparecer. O jogador não voltou para casa em uma madrugada e, nas redes sociais, a companheira flagrou Caio com outra mulher.
Quando o jogador retornou para a casa, o casal começou a discutir, Ana Clara tentou deixar a apartamento, mas "ele a impediu de sair", de acordo com o boletim. Quando Ana Clara tentou terminar o relacionamento, o atleta a "agrediu fisicamente, desferiu um chute no joelho e ela foi ao chão. Então ele passou a agredi-la com chutes na costela, coxa e pés".
Em seguida, Caio começou a chorar e sentou-se na cama, pedindo desculpas e dizendo que as agressões não iriam mais acontecer. O atleta se trancou no banheiro e só saiu do mesmo quando deu o horário do treino, sendo então atleta do Fluminense. No entanto, Caio foi para o clube e deixou Ana Clara trancada no imóvel.
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Em depoimento, Ana disse que foi "manipulada emocionalmente" após Caio voltar do treino pedindo perdão, afirmando que estava sob efeito de álcool e que nunca mais agiria dessa forma.
Gravidez
Em 2023, já defendo o São Paulo e morando na capital paulista, a vítima estava com o um bebê de dois meses quando as traições pioraram. Ana tentou terminar novamente, mas Caio não permitia.
Em outubro do ano passado, Caio foi flagrado novamente traindo a esposa com diversas mulheres. Ana decidiu ir para uma balada sozinha, mas o jogador a seguiu, obrigou a sair da festa e quando a vítima entrou no carro dele, Caio "desferiu um soco no rosto" da vítima.
Em depoimento, Ana disse que acreditou ter desmaiado e permaneceu em casa para se recuperar da lesão, não passando por atendimento médico e nem prestando queixa.
Término
Em fevereiro deste ano, quando Caio já defendia o Palmeiras, o casal estava em uma balada no Tatuapé, zona leste de São Paulo, quando começaram a discutir. Caio deu um soco na boca da vítima e jogou o telefone dela longe.
De acordo com o boletim, nesse dia, ela ligou para o 190, mas não conseguiu informar corretamente o endereço.
Em maio, Ana Clara conseguiu juntar forças e colocou um ponto final na relação. Atualmente, os dois vivem em apartamentos diferentes em um mesmo condomínio. A vítima afirma que, após a denúncia realizada nas redes sociais nesta semana, sente-se insegura e prefere que o jogador se mantenha afastado.
Caio nega
Em nota enviada ao SBT News, Caio Paulista negou as acusações e afirmou que nunca agrediu nenhuma mulher e respeita a mãe da própria filha.
Veja a resposta na íntegra:
"Em relação à carta aberta postada ontem pela minha ex-namorada e mãe da minha terceira filha, venho a público me posicionar. Tivemos um relacionamento de alguns meses e, passado quase um ano do fim, estamos discutindo na Vara Familiar de São Paulo temas financeiros relacionados à pensão alimentícia e outras demandas. Até o momento, não houve acordo e corre em segredo de justiça. Não existe nenhuma outra demanda na Vara Criminal relacionada a supostas agressões. Venho afirmar que nunca a agredi, bem como não agredi nenhuma outra mulher, e, acima de tudo, a respeito como mãe da minha filha."