Brasil

Violência contra mulher: 53% das vítimas no Brasil não buscam ajuda do Estado, aponta pesquisa

Em 2025, 3,5 milhões de brasileiras sofreram violência doméstica; mais da metade das vítimas não recorreu a serviços públicos, como polícia e Disque 180

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A cada dez minutos, uma mulher é morta no mundo por alguém próximo, segundo a Organização das Nações Unidas. 60% são vítimas de companheiros ou de algum parente.

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Aqui no Brasil, mais de 3 milhões e meio de mulheres (3,7 milhões) sofreram violência doméstica nos últimos 12 meses, segundo pesquisa DataSenado / Nexus. Esse tipo de agressão é uma das principais ameaças à segurança delas.

O levantamento mostra um dado ainda mais preocupante: mais da metade (53%) das vítimas não recorre ao Estado para pedir ajuda, como a polícia ou o Disque 180 . Elas buscam acolhimento onde se sentem mais à vontade.

Quase 60% (58%) procuram apoio na família. Mais de 50% (53%) na igreja ou em outras comunidades de fé, e 52% recorrem aos amigos.

Foi o que fez a enfermeira Valleska Santana fez. Ela decidiu contar que sofria violência aos médicos com quem trabalhava no hospital. “Foi quando eu tive o apoio de não me calar mais. Parece que saiu um peso de mim”, conta.

Valleska sofreu durante anos com a violêmcia psicológica e agressões praticadas pelo marido, em um casamento que só terminou após 29 anos, quando ela teve coragem para denunciar. “As mulheres já vêm de uma situação de medo, situação de violência... então é mais fácil falar com pessoas conhecidas do que levar o problema a pessoas desconhecidas”, conta.

A enfermeira foi orientada por amigos a procurar a polícia. Registrou o boletim de ocorrência, conseguiu uma medida protetiva e agora tem um aplicativo por meio do qual pode pedir socorro. Por isso, é importante que a vítima faça a denúncia.

Denunciar é fundamental para garantir proteção

A promotora de Justiça Eliana Passarelli reforça a importância das mulheres levarem os casos de violência doméstica ao conhecimento dos órgõs que podem proteger essa vítima.

“A partir do momento que ela busca as autoridades, ela terá várias frentes de trabalho no sentido de proteção. Ela tem as medidas protetivas”, explica. “Ela tem o apoio do Estado para que ela saia inteira dessa situação do ponto de vista psicológico, do ponto de vista financeiro.”

Além da Delegacia da Mulher e da Justiça, as vítimas de violência podem buscar ajuda em entidades de apoio à mulher e no Disque 180, canal nacional gratuito, disponível 24 horas e que, nesta terça-feira, completa 20 anos em atividade.

Foi com essa rede de apoio que Valleska conseguiu quebrar o ciclo de violência e recomeçar. “Hoje me sinto livre. Me sinto livre, me sinto capaz!”

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