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Vaqueiro é morto durante operação do Ibama em terra indígena no Pará

Homem auxiliava retirada de gado em área invadida na Terra Indígena Apyterewa, por ordem da Justiça, quando foi baleado no pescoço, afirma Ibama

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Vaqueiro auxiliava no deslocamento de cabeças de gado quando foi atingido no pescoço | Gilvan Alves/TV Brasil
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Um vaqueiro contratado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi assassinado em uma emboscada durante uma operação de desintrusão na Terra Indígena Apyterewa, em São Félix do Xingu, no sudeste do Pará, nesta segunda-feira (15).

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Segundo o Ibama, o vaqueiro, de 38 anos, auxiliava no deslocamento de cerca de 350 cabeças de gado retiradas de uma área invadida ilegalmente quando foi atingido por um tiro no pescoço.

Ele e outros trabalhadores conduziam o rebanho por um ramal estreito em meio à mata, até um curral usado na operação, quando ocorreu a emboscada.

Operação cumpria decisão do STF

A ação de desintrusão ocorre em cumprimento a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 709.

A operação tem como objetivo retirar invasores, pecuaristas e garimpeiros que ocupam ilegalmente a Terra Indígena Apyterewa, uma das áreas mais conflituosas do país.

No momento do ataque, doze policiais militares e quatro policiais civis atuavam na região. A Polícia Federal (PF) enviou equipes adicionais para reforçar a segurança e iniciar as investigações.

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) informou ter solicitado apoio da PF, com agentes já a caminho da base localizada próxima ao distrito de Taboca, em São Félix do Xingu.

Segundo a PF, diligências já estão em andamento, e o caso é investigado pela delegacia da corporação no município de Redenção (PA).

De acordo com a Funai, a situação é considerada preocupante, mas os servidores públicos permanecem em segurança em uma base de apoio.

A fundação informou ainda que há suspeita de que a emboscada tenha sido realizada por antigos moradores da terra indígena, que continuam invadindo a área para criação ilegal de gado, sem citar nomes.

A ADPF 709 foi ajuizada em 2020 pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), durante a pandemia de Covid-19, com base na vulnerabilidade dos povos indígenas diante de invasões ilegais e riscos sanitários.

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