Três acusados por assassinar Mãe Bernadete vão a júri popular; dois ainda estão foragidos
Ialorixá e líder do Quilombo Pitanga dos Palmares foi morta com 25 tiros em 2023, na Bahia
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou três pessoas a julgamento popular pelo assassinato da ialorixá e líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, Maria Bernadete Pacífico Moreira, conhecida como Mãe Bernadete, no ano passado.
A decisão judicial que acatou a denúncia do MP foi expedida nesta segunda-feira (22) pela 1ª Vara Criminal de Simões Filho. Os suspeitos que serão julgados são:
- Arielson da Conceição Santos;
- Marílio dos Santos;
- Sérgio Ferreira de Jesus.
Eles respondem por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe, de modo cruel, sem possibilitar a defesa da vítima e para assegurar a execução. A Justiça também determinou a manutenção da prisão preventiva dos três. Além disso, Arielson responderá por roubo.
Os outros dois denunciados, Josevan Dionísio dos Santos e Ydney Carlos dos Santos de Jesus, estão foragidos. Como ainda não foram localizados, a ação penal foi desmembrada a pedido do Ministério Público, para garantir o andamento do processo dos três acusados que irão a julgamento.
As investigações têm “elementos relevantes e suficientes” sobre a autoria dos crimes, segundo a sentença judicial.
Relembre o caso
Em 17 de agosto de 2023, os suspeitos invadiram a casa onde estava a líder quilombola Mãe Bernadete e a assassinaram com 25 tiros em diferentes partes do corpo. O crime ocorreu na Bahia, no município de Simões Filho.
A polícia foi informada do crime pelo neto de Bernadete, Wellington Gabriel de Jesus dos Santos, de 22 anos, que estava com ela na noite do crime. Além dele, estavam presentes dois adolescentes, de 13 e 12 anos.
Após matarem Mãe Bernadete, os suspeitos levaram os celulares dela e dos netos. Eles chegaram e saíram do quilombo de moto.
De acordo com familiares, Mãe Bernadete estava sob proteção da Polícia Militar, por meio da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia (SJDH), há pelo menos dois anos antes do crime. Ela lutava por uma resposta ao assassinato do filho e havia denunciado a atuação de madeireiros em áreas de proteção ambiental.