Trend do carregador de celular gera preocupação e alerta para crimes digitais
Nova "moda" nas redes sociais pode expor usuários a pornografia infantil e golpes
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Simone Queiroz
Um simples carregador de celular virou um dos assuntos mais comentados na internet. Milhares de pessoas compartilharam imagens e informações sobre o acessório, transformando-o em uma "trend" — fenômeno viral nas redes sociais. No entanto, por trás dessa tendência aparentemente inofensiva, há preocupações sérias, como explica a advogada Rubia Ferrão, especialista em direito digital.
"Supõe-se que o carregador seja um símbolo para indicar que a pessoa está disposta a compartilhar nudes, seja recebendo ou enviando. Vale lembrar que essa prática pode configurar crime, especialmente quando envolve pornografia infantil, o que pode levar a penalidades severas", alerta a especialista.
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O perigo se torna ainda maior ao se observar que, em algumas postagens, o conteúdo sexual aparece de forma explícita. A crescente curiosidade sobre o tema fez com que as buscas na internet aumentassem 1850% nas últimas semanas.
Esse tipo de fenômeno não é novo. No passado, desafios como o "Jogo da Baleia Azul" também viralizaram, colocando jovens em risco. A preocupação é que muitas dessas trends podem esconder intenções perigosas.
"Será que isso pode ser um código de golpistas, pedófilos, criminosos?", questiona a doutora Rubia.
“Eles podem usar esse tipo de sinal para expor sua intimidade, identificar seu celular, saber sua localização e até avaliar sua condição financeira, tornando você vulnerável a diversos tipos de crime."
Perigo para crianças e adolescentes
Se o risco já é alto para adultos, a situação se agrava ainda mais para crianças e adolescentes. Antonio Carlos Costa, pai de duas adolescentes, acredita que a melhor forma de proteção é o diálogo aberto em casa.
"A proibição não resolve. Eles vão acessar de qualquer forma. Nosso papel é aumentar a consciência deles sobre os perigos da internet", afirma.
Eulália Santos , mãe do jovem Heitor, de 11 anos, acompanha de perto o que o filho acessa e conversa sobre os riscos. A estratégia tem funcionado. É o que conta o menino:
"Eu não acesso nada que minha mãe não permite. Não dá para saber com quem realmente estamos falando na internet. Pode ser um stalker, uma pessoa desconhecida que quer te sequestrar e te torturar. É perigoso!", completa o menino.
O alerta está dado: antes de seguir uma trend, é fundamental entender seus riscos e consequências.