Tradição e irreverência: Conheça o carnaval centenário de Vigia, no Pará
Folia é conhecida por suas fantasias, em que homens se vestem de mulheres, e mulheres se vestem de homens
Em Vigia de Nazaré, no Pará, a folia dura sete dias e arrasta uma multidão de moradores e turistas. Localizado a mais de 100 quilômetros da capital paraense, o município de 408 anos é um dos mais antigos da Amazônia, e o lar de um dos mais tradicionais e conhecidos carnavais do estado.
Neste ano, são esperadas mais de 300 mil pessoas para curtir os tradicionais blocos da cidade, entre eles "As Virgienses" e os "Cabras-Surdos", onde homens se vestem de mulheres, e mulheres se vestem de homens.
Neste carnaval, o bloco "As Virgienses" será homenageado pela escola de samba mais antiga de Vigia. "O carnaval faz parte da cultura do nosso povo aqui. É um carnaval bem falado em todo o Brasil. Onde várias pessoas se deslocam de suas cidades e seus estados para participar", observa o presidente da escola Prasamba, Mário Ruy.
Uma das tradições do carnaval de vigia é a sopa de gorijuba, um peixe da região amazônica. O caldo tem uma função especial: curar a ressaca dos foliões. Além do pescado, ele também leva verduras e ovo, e é servido com arroz e farinha de mandioca.
Em um tradicional restaurante da cidade, a caldeirada começa a ser vendida logo nas primeiras horas da manhã. A sopa de gorijuba é o alimento mais procurado durante os dias de folia.
"Pela manhã, a gente geralmente serve muito caldo. Ao passar dos dias, as pessoas vão ficando necessitadas de líquido, né? Às 12 horas, geralmente, não tem mais gorijuba. Mas, a gente sempre tem no nosso estoque para fazer reposição e não deixar ninguém com vontade", conta a proprietária do estabelecimento, Thaisse Noronha.
O Moacir faz questão de pular carnaval em Vigia há 18 anos. "Teve anos que eu sai em todos os blocos. Esse ano, em 2024, a gente vai sair em quatro blocos", diz o folião.
