Trabalhadores se mobilizam no 1º de Maio por reajustes, direitos e justiça social
Evento reuniu 20 mil pessoas na zona norte de São Paulo e contou com a presença de ministros, apesar da ausência do presidente Lula
Flavia Travassos
James de Souza, auxiliar de almoxarifado, participou da mobilização pelo Dia do Trabalhador, na zona norte de São Paulo. E destacou a importância do reajuste salarial. "Trabalhar por isso e brigar cada vez mais para que a gente tenha um reajuste melhor e viver melhor para ter uma renda melhor, pagar as contas que cada dia mais aumenta e é isso", afirmou.
Giovana Ramos de Carvalho, jovem aprendiz, reforçou a importância da presença dos jovens na manifestação. "A gente passa por situações mesmo na era que a gente vive, situações complicadas que a gente vive dentro de uma empresa e estar aqui, a gente tá defendendo a nossa juventude", comentou.
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A crise no INSS também foi lembrada durante a festa. "Eu trabalhei 35 anos, aposentei por tempo de serviço, então eu não admito que ninguém venha mexer no meu salário, no meu dinheiro", desabafou o aposentado Elias Donizete da Costa.
Organizado pela Força Sindical, o evento reuniu cerca de 20 mil pessoas, segundo os organizadores. Entre as principais pautas, estavam a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
"As bandeiras são unificadas: redução da jornada, o fim da jornada 6x1, o fim da pejotização, o regramento para os trabalhadores de aplicativos, entre outras questões", explicou Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores.
O ato contou com a presença de autoridades como Luiz Marinho, ministro do Trabalho; Aparecida Gonçalves, ministra das Mulheres; e Márcio Macêdo, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Ausência de Lula
Diferente dos anos anteriores, o presidente Lula não participou dos eventos em São Paulo. Foi a primeira vez neste mandato que o petista se ausentou do 1º de Maio na capital paulista.
“O papel da indústria que volta a contratar, os investimentos anunciados, os empregos gerados. Estamos quase a pleno emprego no Brasil. Isso é muito mais importante do que ir num ato”, justificou o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
Público
No entanto, o cientista político Pedro Arruda, da PUC-SP, vê outro motivo para a ausência do presidente.
“Eu acredito que é um simbolismo, o presidente do maior partido de esquerda do Brasil e da América Latina não estar presente num ato como esse. O problema é o motivo que o leva a se afastar dessa comemoração do Dia do Trabalhador, que é o medo de se expor a uma situação constrangedora, que é um público muito pequeno na manifestação.”
Após nove anos, os sindicatos da região do ABC, na Grande São Paulo, também voltaram a realizar a tradicional celebração do 1º de Maio. O palco do evento foi o Paço Municipal de São Bernardo do Campo.