Taxa de desmatamento cai 30% na Amazônia e 25% no Cerrado, diz Inpe
Queda provocou uma redução significativa das emissões de gases de efeito estufa
A taxa de desmatamento na Amazônia foi de 6.288 km² entre agosto de 2023 e julho de 2024,. O número, medido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), representa uma queda de 30,63% em relação ao último levantamento, de agosto de 2022 a julho de 2023 (9.064 km²), sendo a maior queda percentual em 15 anos.
Segundo os dados, do total de 70 municípios críticos monitorados, houve 78% de queda no desmatamento, enquanto em outros 23% a taxa aumentou. As maiores reduções foram registradas em Mato Grosso (45,1%), Amazonas (29%), Pará (28,4%) e Rondônia (62,5%). Por outro lado, houve uma grande alta em Roraima (53,5%).
O panorama é similar no Cerrado. No bioma, a taxa de desmatamento foi de 8.174 km² , a menor desde 2019. Houve queda de 25,8% em relação ao período de agosto de 2023 a julho de 2024, a primeira redução em quatro anos no bioma. Juntos, Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia registraram queda de 76,4% de derrubada.
Com isso, houve uma redução nas emissões de gases de efeito estufa de 400,8 milhões de toneladas de CO2 na Amazônia e Cerrado em relação ao ciclo 2021/22.
Os números foram apresentados pelo governo federal, que aderiu o resultado à intensificação das ações de comando e controle nos biomas. De janeiro de 2023 a outubro de 2024, a média de infrações aplicadas pelo Ibama na Amazônia foi 98% maior que a registrada de janeiro de 2019 a dezembro de 2022. No Cerrado, a alta foi de 20%.
“Nós estamos fazendo mais do que uma política de governo, nós estamos fazendo uma política de país, uma política de Estado e uma contribuição para nós mesmos e para o mundo. O problema da mudança do clima já é uma realidade avassaladora. Isso é uma esperança”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
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O governo escolheu apresentar os números a poucos dias da Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP29), que começa na próxima segunda (11), em Baku, no Azerbaijão. O Brasil está no centro dos debates, já que tem como objetivo atingir o desmatamento zero em todos os biomas do país até 2030.