SP: Escolas estaduais bloqueiam redes sociais; restrição atinge funcionários
Iniciativa divide opiniões entre especialistas e professores
Treze aplicativos, incluindo os das principais redes sociais, estão bloqueados nas escolas estaduais de São Paulo. A restrição já valia desde o ano passado. No entanto, a partir desta segunda-feira (5), além dos três milhões de estudantes e professores, a medida vai abranger, também, os funcionários.
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Em nota ao SBT, a Secretaria da Educação do Estado informou que o acesso, tanto às redes sociais, quanto a jogos e plataformas de filmes, ficará bloqueado nas redes wi-fi e a cabo nas áreas administrativas e pedagógicas das escolas.
O objetivo do bloqueio, segundo a Secretaria Estadual da Educação, é deixar as redes de internet livres para o uso pedagógico e melhorar o monitoramento da infraestrutura das escolas. A iniciativa dividiu opiniões entre especialistas e professores.
Há mais de três décadas na rede estadual, o professor de história Severino Honorato acredita que a restrição traz prejuízos para a aprendizagem dos alunos, que ainda se recuperam da defasagem provocada pelos anos de pandemia, e para a categoria.
"Se o professor não pode usar a rede da escola, vai ter que usar a própria rede, vai ter que pagar pra usar isso. Nós sabemos que os estudantes, às vezes, usam de maneira indevida. A Seduc, ao invés de proibir e cercear, deveria fazer um trabalho mais educativo de convencimento de explicação", disse.
Para a presidente do Instituto Singularidades, Claudia Costin, criado há mais de 20 anos para formar professores e gestores em educação, a iniciativa é importante. Ela lembra que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) recomenda que não se use celular na sala de aula. No Rio de Janeiro, o aparelho será proibido nas escolas municipais a partir de março.
"Usar canais que são para mero entretenimento, só se ele estiver associado a uma finalidade pedagógica. Eu acho importante colocar a vedação nas escolas, desde que ela seja feita de forma sensata", afirmou.