Prefeitura do Rio amplia proibição em escolas e barra celulares durante recreio
Descumprimento das regras pode resultar em advertência; veja exceções
A prefeitura do Rio de Janeiro ampliou, nesta sexta-feira (2), a proibição do uso de celular nas escolas da rede municipal. O aparelho, que antes era proibido apenas na sala de aula, agora não poderá ser utilizado em trabalhos fora da sala de aula e durante os intervalos, incluindo o recreio. Segundo o decreto, a medida entrará em vigor em 30 dias.
“Os celulares e demais dispositivos eletrônicos deverão ser guardados na mochila ou bolsa do próprio aluno, desligado ou ligado em modo silencioso e sem vibração, ou outra estratégia de preferência da escola. Caso haja o descumprimento das regras, o professor poderá advertir o aluno e/ou cercear o uso dos dispositivos em sala”, diz o texto.
A regra conta com exceções. A partir de março, os alunos poderão mexer no celular apenas nas seguintes condições:
- antes da primeira aula do dia, desde que fora da sala;
- após a última aula do dia, desde que fora da sala;
- quando houver autorização expressa do professor regente para fins pedagógicos, como pesquisas, leituras ou acesso ao material Rioeduca;
- para os alunos com deficiência ou com condições de saúde que necessitam destes dispositivos para monitoramento ou auxílio de sua necessidade;
- durante os intervalos, incluindo o recreio, quando a cidade estiver classificada a partir do Estágio Operacional 3 (atenção em situações de impacto, como alagamentos);
- quando houver autorização expressa da equipe gestora da unidade escolar em casos que ensejem o fechamento ou interrupção temporária das atividades da unidade escolar, de acordo com o protocolo do programa Acesso Mais Seguro;
- durante os intervalos para os alunos da Educação de Jovens e Adultos;
- quando houver autorização expressa da equipe gestora da unidade escolar por motivos de força maior.
Em justificativa, o prefeito Eduardo Paes (PSD) defendeu que o uso excessivo de celular é prejudicial ao aprendizado. Ele apresentou estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que mostraram o impacto negativo do maior tempo de tela nos jovens.
“A análise [da Unesco] de uma grande amostra de jovens com idades entre 2 e 17 anos nos Estados Unidos mostrou que um maior tempo de tela estava associado a uma piora do bem-estar; menos curiosidade, autodisciplina e estabilidade emocional; maior ansiedade e diagnósticos de depressão”, disse Paes.
+ Unesco aconselha escolas a proibirem uso de celulares em sala de aula
O prefeito citou outros estudos realizados na Bélgica, Espanha e Reino Unido, que afirmaram que proibir telefones celulares nas escolas melhora o desempenho acadêmico, especialmente para estudantes com baixo desempenho. Um outro relatório, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apontou que 80% dos estudantes no Brasil se distraem nas aulas quando usam o dispositivo.