Servidora usava dados de pais e colegas de creche para fazer empréstimos e bancar vício em bets
Polícia do Tocantins prendeu mulher de 26 anos na Operação Apate; prejuízo é de pelo menos R$ 100 mil

Ricardo Brandt
A Polícia Civil do Tocantins prendeu uma funcionária de uma creche que usou dados de pais de alunos e de colegas de trabalho para fazer contas falsas digitais para jogar em apostas de bets.
Após a prisão, a servidora "confessou que fazia os empréstimos para jogar online em jogos de cassino e de roleta russa, e que já havia perdido nos jogos, o carro e a casa", informou o delegado Andreson Alves, que coordenou a Operação Apate.
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A mulher de 26 anos teve apenas as iniciais do nome divulgadas, M.P.D.. Ela foi presa nesta quinta-feira, 10, em Presidente Kennedy (TO), no interior do estado, perto da divisa com o Maranhão.
O prejuízo estimado é de pelo menos R$ 100 mil, segundo a polícia.
A servidora é investigada por mais de 20 crimes de estelionato. Os crimes envolveram "várias vítimas, dentre elas pais de alunos de uma creche do município e os próprios colegas de trabalho".
O esquema
O esquema foi descoberto há dois meses, após uma das vítimas procurar a delegacia de Presidente Kennedy. "Relatou que estava recebendo cobranças de uma instituição financeira em razão de um empréstimo de R$ 15 mil, realizado em seu nome", explicou o delegado.
"Com o aprofundamento dos trabalhos investigativos, outras 20 vítimas foram identificadas, assim como revelada a autoria dos empréstimos."
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Segundo o delegado, "a mulher de 26 anos era servidora pública contratada e estava lotada em uma unidade escolar do município de Presidente Kennedy".
"Após dizer para os pais dos alunos que eles precisavam atualizar os cadastros dos filhos, solicitava selfies e documentos pessoais das vítimas que repassavam por acreditar ser verdade, já que a autora era servidora do município", afirmou Andreson Alves.
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As apurações mostraram que a servidora chegou a ir mais de uma vez "até a casa das vítimas para tirar as selfies usando para isso o celular da própria instituição para dar veracidade ao ato e enganar as vítimas".
Os documentos e registros eram usados para "abri contas digitais" e realizar empréstimos em nome das vítimas. "Totalizando um prejuízo para as vítimas de mais de R$ 100 mil."