Santa Catarina chega a 18 prefeitos presos por corrupção em um ano
Na sexta-feira, prefeito da cidade de Ponte Alta do Norte, Ari Bagúio (PL), foi preso por suposto esquema de corrupção na contratação de empresas de limpeza urbana
Raphael Felice
Com duas prisões ocorridas nesta semana, Santa Catarina chegou a 18 prefeitos presos em um intervalo de um ano e dois meses, todos relacionados a um suposto esquema de corrupção envolvendo a contratação de empresas de serviços de limpeza urbana.
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A detenção mais recente foi do prefeito de Ponte Alta do Norte, Ari Bagúio (PL), nesta sexta-feira (26). Ele foi alvo da operação Limpeza Urbana, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público de Santa Catarina. A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Bagúio.
São apurados os crimes de associação criminosa, corrupção passiva e concussão, supostamente praticados por políticos. Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão.
A Limpeza Urbana é desdobramento da operação Mensageiro, que teve sua primeira fase deflagrada em dezembro de 2022. A investigação apontou a existência de um esquema de corrupção na contratação de empresas que realizam coleta e limpeza de lixo em cidades catarinenses e já havia prendido outros 16 prefeitos.
Na última quarta-feira (24), uma operação do Gaeco prendeu também o prefeito de Barra Velha, Douglas Elias Costa (PL), mas por outro esquema de corrupção. Costa é acusado de desviar recursos públicos para a construção de uma ponte na cidade.
O que apontam as investigações
Tanto a Limpeza Urbana, quanto a operação-mãe, a Mensageiro, apontam a existência de esquema de corrupção. As empresas contratadas na licitação faziam um pagamento ilegal de 10% dos valores recebidos do município para prestação do serviço. Com isso, parte do dinheiro pago pelos cofres públicos voltaram para os agentes públicos investigados.
No começo do processo de licitação, os suspeitos direcionavam as empresas interessadas em prestar serviço de limpeza urbana para escritórios de contabilidade que organizavam o pagamento da propina. Há ao menos 20 cidades envolvidas no esquema.
Veja os prefeitos presos em Santa Catarina:
Ari Bagúio (PL), de Ponte Alta do Norte
Douglas Elias Costa (PL), de Barra Velha
Vicente Corrêa Costa (PL), de Capivari de Baixo
Marlon Neuber (PL), de Itapoá
Luiz Henrique Saliba (PP), de Papanduva
Luiz Antonio Chiodini (PP), de Guaramirim
Joares Ponticelli (PP), de Tubarão
Antônio Rodrigues (PP), de Balneário Barra do Sul
Luiz Carlos Tamanini (MDB), de Corupá
Deyvisonn de Souza (MDB), de Pescaria Brava
Armindo Sesar Tassi (MDB), de Massaranduba
Adriano Poffo (MDB), de Ibirama
Felipe Voigt (MDB), de Schroeder
Luiz Divonsir Shimoguiri (PSD), de Três Barras
Antônio Ceron (PSD), de Lages
Adilson Lisczkovski (Patriota), de Major Vieira
Patrick Corrêa (Republicanos), de Imaruí
Alfredo Cezar Dreher (Podemos), de Bela Vista do Toldo