RS decreta estado de calamidade pública e suspende aulas na rede estadual
Fortes chuvas já deixaram 10 mortos e mais de 4 mil desabrigados; presidente Lula visita estado nesta quinta-feira (2)
O Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública, na noite de quarta-feira (1º), devido às chuvas intensas que vêm atingindo o estado desde o início da semana. A decisão, assinada pelo governador Eduardo Leite (PSDB), foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado e deve vigorar por 180 dias.
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No decreto, o governo destaca que o Rio Grande do Sul vem sendo atingido por chuvas intensas, alagamentos, granizo, inundações, enxurradas e vendavais de grande intensidade. Tais eventos são classificados como desastres de Nível III, conforme estipulado pela Defesa Civil, caracterizados por danos e prejuízos elevados.
“Os eventos meteorológicos ocasionaram danos humanos, com a perda de vidas, e danos materiais e ambientais, com a destruição de moradias, estradas e pontes, assim como o comprometimento do funcionamento de instituições públicas locais e regionais e a interdição de vias públicas", diz o texto.
Com a entrada em vigor, fica decretado que órgãos e entidades da administração pública estadual prestarão apoio à população nas áreas afetadas em decorrência dos eventos climáticos. O texto acrescenta ainda que poderá ser encaminhada solicitação semelhante por municípios, que serão avaliadas e homologadas pelo Estado.
O Rio Grande do Sul vem sofrendo com chuvas intensas desde a última segunda-feira (29). O cenário, segundo Leite, é de caos e guerra, uma vez que centenas de imóveis foram inundados devido às cheias de rios. Até o momento, foram contabilizados 10 óbitos, enquanto 4 mil pessoas estão desalojadas ou desabrigadas.
“Infelizmente, a situação deste ano deverá ser pior que a de 2023. Veremos ainda um aumento nos níveis dos rios devido às chuvas”, alertou o governador. “Então, é crucial que as pessoas se protejam e busquem abrigo em locais seguros, longe do perigo das inundações. Também pedimos que tomem cuidado com locais de encostas, onde pode haver deslizamentos devido ao encharcamento da terra”, aconselhou.
Para garantir a segurança, Leite também anunciou a suspensão das aulas na rede estadual de ensino nesta quinta e sexta-feira (2 e 3). O cronograma voltará ao normal na segunda (6), caso a situação se estabilize. Ao todo, 700 mil alunos serão impactados.
Ida de Lula
Em meio ao cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levará uma comitiva para avaliar a situação no Rio Grande do Sul. O chefe de Estado deve sobrevoar as áreas mais afetadas pelas chuvas por volta das 10h e, posteriormente, se reunir com Leite e outras autoridades estaduais. Além de Lula, a comitiva será composta por:
- Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom);
- Waldez Goes, da Integração Regional;
- Rui Costa, da Casa Civil;
- Renan Filho, dos Transportes;
- Tomás Paiva – comandante do Exército brasileiro;
- Marcelo Kanitz Damasceno – comandante da Aeronáutica.
“O gesto que é muito bem-vindo neste momento de dificuldade. Reforcei que precisamos da participação efetiva e integral das Forças Armadas na coordenação deste momento, que é como o de uma guerra. Não temos um inimigo para ser combatido, mas temos muitos obstáculos para serem superados e precisamos das Forças Armadas”, disse Leite.