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RS: 48 horas após temporal, 375 mil imóveis seguem sem energia elétrica

Parte da população gaúcha também está sem água. Foi decretada situação de emergência em Porto Alegre

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Quase 48 horas após o temporal que provocou estragos no Rio Grande do Sul, 375 mil imóveis ainda estão sem energia elétrica. Parte da população gaúcha também está sem fornecimento de água. Em todo estado, mais de 60 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas.

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Andressa Moreira, que lidera em uma entidade que ajuda 120 crianças de uma comunidade de Porto Alegre, com reforço escolar e alimentação, teme perder todos os alimentos, devido à falta de luz.

"A gente está com um freezer cheio de carne, perigando a estragar, e quando a gente voltar com as atividades agora, com as crianças, a gente não tem a proteína, a carna para entregar para eles", afirma a líder comunitária.

O comércio da região também só vê aumentar os prejuízos. Em um mercado da região, as carnes estão sendo conservadas em sacos de gelo - que já estão em falta em quase toda a capital. O sorvete virou água.

"O sorvete dá uns R$ 6.500 por aí, porque o sorvete também depois estraga, não tem mais como revender, porque não volta a mesma coisa. E carne também não, né? Aí o que resta á a gente jogar fora", diz Talia Scheffer, funcionária do estabelecimento.

A demora no restabelecimento da energia elétrica é o maior problema na capital gaúcha, segundo as autoridades. Moradores de diferentes bairros permanecem sem luz, e a expectativa da concessionária que atende Porto Alegre é que o serviço só seja normalizado no sábado (20.jan).

Enquanto isso, encontrar uma tomada livre virou um desafio nos poucos locais onde há energia. Mais de 100 pessoas foram até um shopping da cidade para poder carregar celulares e computadores.

Também na capital, Felipe Lingere Peixoto, de 29 anos, que foi arrastado pela correnteza de um córrego, continua desaparecido, há dois dias. Os bombeiros só localizaram a moto que ele pilotava.

Um vizinho da vítima relata que a força da água assustou os moradores. "Foi muito pavor. Carros sendo arrastados... enxurrada gigantesca. Fechou toda a calçada, toda a rua, ficou um rio só. Tudo ficou virado no rio", conta Leandro Bragé.

Em Estrela, no Vale do Taquari, moradores seguem sem poder retornar para casa, depois que o prédio foi interditado por risco de desabamento. O município decretou situação de emergência.

Em Santo Expedito do Sul, no nordeste gaúcho, pontes foram submersas e até levadas pela água. Na cidade vizinha Sananduva, a zona rural foi a área mais afetada. Em alguns locais, o acesso ficou bloqueado por horas devido à enxurrada.

Em Santa Maria, no centro do Rio Grande do Sul, um homem de 70 anos precisou ser internado depois de ficar mais de cinco horas preso aos escombros. Antônio Augusto Cezar Dornelles estava sozinho em casa quando o muro do terreno vizinho desabou.

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