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Retrato da Leitura no Brasil: 53% da população não lê, aponta pesquisa

Quase 7 milhões de brasileiros não leem mais. 'Falta de tempo' é a justificativa mais apresentada pelos entrevistados

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Retrato da Leitura no Brasil: 6,7 milhões de pessoas não leem mais, aponta pesquisa
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A pesquisa Retratos da Leitura do Brasil - o levantamento mais aprofundado sobre o hábito de ler no país -, lançada nesta terça-feira (18), indica que o consumo de livros digitais e impressos está sendo deixado de lado pelos brasileiros: 6,7 milhões de pessoas não leem mais.

Pela primeira vez desde 2007, ano em que o levantamento passou a ser feito, o número de não-leitores é maior do que o de leitores no país. Os dados também apontam que 53% dos 5.504 entrevistados não chegaram a ler nem parte de um livro de qualquer gênero três meses antes da pesquisa.

Desde a primeira pesquisa até esta edição, o maior motivo para os leitores não lerem mais é a "falta de tempo", citada por 46% dos entrevistados. Já o "não gostar" do hábito da leitura, somam 26%.

Considerando toda a população, a média dos livros lidos por ano é também a menor da pesquisa, feita a cada quatro anos: 4 contra 5 da última pesquisa, o que dá menos de um livro lido por ano.

O levantamento realizado pelo Instituto Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) e divulgado pelo Instituto Pró-Livro, foi feito de forma presencial em 208 municípios, entre abril e julho de 2024, e, pela primeira vez, mensurou o hábito de leitura dos pais, sob a ótica de crianças entre 5 e 13 anos, que indicaram a mãe ou responsável do sexo feminino por ser a figura que mais lê na residência.

As mulheres, que historicamente leem mais que os homens, seguem na liderança, mas também reduziram seus hábitos com o passar dos anos, segundo a pesquisa: foram de 54% para 49%. Já os leitores do sexo masculino que representavam 50% dos leitores, hoje são 44%.

As obras mais citadas pelos entrevistados foram: a Bíblia, O Pequeno Príncipe e Turma da Mônica | Foto: Bienal Internacional do Livro/Divulgação
As obras mais citadas pelos entrevistados foram: a Bíblia, O Pequeno Príncipe e Turma da Mônica | Foto: Bienal Internacional do Livro/Divulgação

A própria casa foi citada por 85% dos entrevistados como lugar em que costumam ler, o que muda a percepção da escola como uma referência de espaço de leitura. Segundo a pesquisa, em 2007, 35% citaram o espaço escolar como o lugar onde costuma ler livros. Em 2019, foram 23%. E agora foi de 19%, o menor índice já registrado.

Enquanto em 2011, o costume de assistir televisão competia com a leitura para 80%, caiu para 60%. Em contrapartida, em 2024, o crescimento do uso da internet apareceu como principal concorrente do hábito da leitura: 78% usam a internet de forma geral em seu tempo livre e 71% preferem usar o WhatsApp.

Ainda de acordo com o levantamento, a Região Sul é a que mais lê no país. Com exceção do Pernambuco e do Ceará, que superam a média do país, a Região Nordeste é a que menos tem o hábito da leitura. No sudeste, o Espírito Santo lidera os melhores índices da região.

Segundo a pesquisa, as obras mais citadas pelos entrevistados foram:

  1. Bíblia
  2. O Pequeno Príncipe
  3. Turma da Mônica
  4. Harry Potter
  5. Diário de um Banana
  6. A Culpa é das Estrelas
  7. Sítio do Pica-Pau Amarelo
  8. A Cabana
  9. Crepúsculo
  10. Violetas na Janela

Os escritores mais citados pelo público foram:

1. Machado de Assis 2. Monteiro Lobato 3. Mauricio de Sousa 4. Augusto Cury 5. Paulo Coelho 6. Jorge Amado 7. Zíbia Gasparetto 8. Clarice Lispector 9. Carlos Drummond de Andrade 10. Chico Xavier

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