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Produtores de alimentos relatam dificuldades após enchentes no RS: 'Produção foi devastada'

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento, as hortaliças foram as mais prejudicadas pelas chuvas

Produtores de alimentos relatam dificuldades após enchentes no RS: 'Produção foi devastada'
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Em meio as enchentes que assolam o Rio Grande do Sul, o impacto no preço dos alimentos está chamando a atenção. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento, as hortaliças foram as mais prejudicadas pelas chuvas. Até produções em estufas foram comprometidas pela alta umidade e pouco Sol. Ainda é difícil estabelecer uma previsão de recuperação das hortas porque, segundo os especialistas, houve perdas de solo, nutrientes e matéria orgânica.

Por isso, quem vive da produção de alimentos enfrenta muitos desafios. A família Cibulski perdeu a casa e o sustento na tragédia, assim como a maioria dos produtores de orgânicos da região.

“A gente estima um prejuízo de 35 milhões de reais, incluindo, então, ferramentas, a produção e também os maquinários”, diz Joselaine Cibulski. A produtora de orgânicos cultivava com a família hortaliças, que desapareceram após a enchente na cidade de Eldorado do Sul.

O excesso de chuva também destruiu a plantação de legumes e verduras de Sandino Argolo. “A gente tem três famílias que dependem diretamente de toda a produção, então se a gente não consegue comercializar, a gente não tem renda, né?”, desabafa.

A destruição atingiu também a produção de laranja e tangerina de São Sebastião do Caí. Alguns pomares ficaram cobertos pela lama. Em outros, os frutos caíram e mofaram. Eduardo Schröder, produtor de citrus orgânicos, perdeu setenta por cento da colheita.

“Nós precisamos recuperar um fôlego para poder reinvestir, recuperar equipamento e fazer o custeio da sua propriedade. Eu preciso manter minha família”, relata.

Com a inundação da sede da central de abastecimento do estado, em Porto Alegre, a CEASA passou a funcionar neste centro de distribuição de uma rede de farmácias, em Gravataí, na região metropolitana. O diretor-presidente Carlos Siege conta que por lá, alface e rúcula são raridades.

“De modo geral, as folhosas foram as grandes vítimas das enchentes. A produção foi devastada e quase faltou. Uma parceria garantiu o abastecimento de outros estados, mas estão mais caras em alguns casos”, explica.

O produtor rural Belmar Fraga perdeu quase toda a plantação de rúcula. “Sobrou 20% da mercadoria e sem qualidade nenhuma. Muita chuva, muitos dias sem sol, umidade no solo, a folhosa é muito sensível”, desabafa.

Alguns alimentos ficaram até 60% mais caros. Outros até mais: o chuchu passou de R$ 3,00 o quilo para mais de R$ 26,00. Bruno Egídio, distribuidor que compra na Ceasa há mais de 20 anos está com dificuldades para encontrar alguns produtos.

“Os mais caros são banana, que subiu muito, bastante verdura, repolho, alface, muitas verduras não estão vindo. Difícil de driblar. Está bastante caro”, afirma.

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