Policial delatado por Gritzbach tentou contrato de R$ 100 milhões com Corinthians
Cyllas Elia, proprietário da empresa 2GO Bank, tentou acordo com o clube para gerir operações financeiras, ingressos e outros serviços por 10 anos
Derick Toda
Fabio Diamante
Robinson Cerantula
Operações financeiras, gestão de ingressos, vendas de alimentos e bebidas e outros serviços. Um dos policiais detidos em operação da Polícia Federal contra lavagem de dinheiro do crime organizado tentou uma parceria com o Corinthians.
O policial civil Cyllas Elia, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), é proprietário da empresa 2GO Bank, que seria especializada em ampliar serviços financeiros. O empreendimento dele é suspeito de servir como um sistema bancário clandestino, em um esquema multinacional que movimentou R$ 120 bilhões, em cinco anos.
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O agente civil, afastado das funções, foi apontado pelo delator Antônio Vinícius Gritzbach, em depoimento à Corregedoria, como uma autoridade corrupta, sendo sócio de dois integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). O delator foi fuzilado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, no dia 8.
Segundo o documento, a que o jornalismo do SBT teve acesso, o objetivo da 2GO Bank era de aumentar o engajamento e o consumo do corintiano com o clube paulista. O acordo previa um compartilhamento de receita líquida entre as partes, dividindo os lucros gerados.
Em contrapartida, o policial exigiu que o time paulista instalasse os serviços da empresa no estádio do Corinthians, no Parque São Jorge, sede social, e nos canais de relacionamento com os torcedores. A 2GO Bank pagaria R$ 100 milhões ao clube, em quatro parcelas, para um contrato de dez anos. O acordo, no entanto, não foi fechado.
Outro lado
O SBT News pediu um posicionamento para o Corinthians, que informou ter recebido um "orçamento [da empresa] como tantos que recebemos diariamente" e que "não houve negociação".
Em nota, a 2GO Bank disse que não teve acesso às investigações e está à disposição das autoridades.