Polícia vai ouvir suspeito que manteve menina de 12 anos em casa após contato em jogo online
Autoridades querem apurar conduta do rapaz e da mãe dele, que sabia da presença da menor na casa em São Bernardo do Campo (SP)

SBT News
com informações da VTV
O homem de 18 anos que recebeu em casa a pré-adolescente, de 12 anos, será ouvido pela Polícia Civil nos próximos dias. A menina ficou desaparecida por cinco dias após ter saído de casa, em Santos, na Baixada Santista, para encontrar o rapaz com quem conversava em um jogo online, em São Bernardo do Campo.
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Segundo o delegado Thiago Nemi Bonametti, titular da 3ª Delegacia de Polícia de Investigação sobre Homicídios, ela permaneceu na residência do rapaz durante cinco dias. “Ela foi por livre e espontânea vontade, mas, por ser menor de idade, há questões legais a serem analisadas”, explicou o delegado à VTV, emissora afiliada do SBT.
Além dele, familiares do rapaz também deverão prestar depoimento, já que, segundo a investigação, sabiam que a menor estava hospedada na residência, mas não avisaram a família dela. “A família dele também será chamada, porque tinha conhecimento de que a menina estava lá e não fez nada para avisar os responsáveis”, disse Bonametti.
Menina pediu à mãe para voltar ao litoral de SP
A polícia identificou o paradeiro da garota e, segundo Bonametti, conseguiu fazer um apelo público com apoio da imprensa para que ela voltasse para casa. Na sexta-feira (11), a adolescente entrou em contato com a mãe, Maria Patrícia Melo de Menezes, e pediu que fosse buscada no ABC Paulista.
Yara retornou para Santos em um veículo de aplicativo. A tia da menina, Michele Cristina de Melo, confirmou que a sobrinha voltou para a cidade em um moto táxi, depois de pedir ajuda à mãe por telefone. Assim que chegaram, mãe e filha foram direto à delegacia para registrar o encontro formal.
No depoimento, a menina contou que ficou hospedada na casa do rapaz – que chama de “namorado” – com a mãe dele durante todo o período em que esteve fora. Ela disse que não sofreu qualquer tipo de ameaça, sequestro ou violência. “Não houve coação, ela foi porque quis, mas isso não isenta a responsabilidade de adultos envolvidos”, destacou o delegado.
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Polícia investiga envolvimento sexual com homem e assistência básica à menor
Embora a adolescente tenha dito que não sofreu crimes violentos, a polícia trabalha com cautela. Por lei, menores de 14 anos não podem ter relações afetivas com adultos. “Existe a possibilidade de configuração de algum crime. Por ser uma apuração preliminar, evitamos dar detalhes para não prejudicar as investigações”, explicou o delegado.
Ela teria informado ao rapaz que tinha 14 anos, o que será apurado durante os depoimentos – ele, porém, foi identificado pela polícia como um homem de 18 anos. Até o momento, o jovem não possui antecedentes criminais, nem registros de violência.
Diante disso, o comportamento da família do rapaz será analisado para verificar se houve omissão ou negligência. A polícia quer entender se eles cuidaram dela ou se deixaram de oferecer os cuidados necessários durante a estadia. Já a menor passou por exames médicos, foi assistida pelo Conselho Tutelar e terá o caso investigado pela Delegacia da Mulher (DDM).