Polícia investiga possível erro médico após morte de menino de 6 anos em hospital de Manaus
Benício deu entrada com suspeita de laringite, recebeu medicação e sofreu seis paradas cardíacas após aplicação de adrenalina intravenosa

Gabriel Abreu
A Polícia Civil do Amazonas investiga a morte de Benício Xavier de Freitas, de 6 anos, após atendimento em um hospital particular de Manaus. A criança deu entrada na unidade com sintomas de laringite e sofreu seis paradas cardíacas após receber medicação. Os pais denunciam erro médico.
De acordo com o pai, o menino apresentou uma tosse seca e recebeu o diagnóstico de laringite. “O que era para ser apenas um período curto na unidade de saúde virou um pesadelo”, contou o pai.
Durante o atendimento, a médica responsável prescreveu lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina intravenosa.
Segundo os pais, Benício apresentou piora súbita logo após a aplicação da primeira dose. A técnica de enfermagem que realizou o procedimento teria sido questionada pela família sobre a forma de aplicação da substância.
"Após a aplicação, meu filho começou a ficar branco, a se contorcer, os olhos ficaram vermelhos, o lábio branco, o pé muito amarelado. Ele falou pra mãe que o coração estava ardendo. Nesse momento, eu corri atrás de um médico, mas não encontrei. A enfermeira disse que apenas seguiu o que estava no prontuário. Minha esposa questionou porque ele nunca tinha tomado intravenoso, sempre foi por nebulização. A técnica disse que nunca tinha feito, mas ia fazer porque estava prescrito. A gente confiou", conta Bruno Freitas, pai do menino.
Benício chegou a ser entubado e encaminhado para a UTI, mas não resistiu às seis paradas cardíacas que sofreu após o atendimento.
Na manhã desta quarta-feira, os pais estiveram no hospital em busca de acesso ao prontuário médico da criança. O caso foi registrado na Polícia Civil como homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
"As diligências estão em curso. A investigação é técnica e vai considerar os depoimentos de todos os envolvidos, além de laudos periciais do IML e outras provas", explica o delegado Marcelo Martins.
"Queremos justiça. Queremos saber o que aconteceu com o Benício e que todos os envolvidos sejam punidos. Não queremos que nenhuma outra família passe pelo que estamos passando", afirma Joyce Xavier, mãe da criança.
Em nota, o hospital informou que afastou a médica e a técnica de enfermagem responsáveis pelo atendimento. A instituição também comunicou que uma análise técnica detalhada será conduzida pela Comissão de Óbito e Defesa do Paciente e que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.








