Pai de Mauro Cid prestará depoimento à PF nesta terça (26)
O general da reserva do Exército Mauro Lourena Cid é investigado no caso das vendas ilegais de joias sauditas
O general da reserva do Exército Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, vai prestar depoimento na tarde desta terça-feira (26) na sede da Polícia Federal, em Brasília (DF). Lourena é suspeito de envolvimento nas vendas ilegais de joias e objetos recebidos de presente por Jair Bolsonaro enquanto era presidente da República.
Segundo a PF, investigadores identificaram o rosto do general no reflexo de uma foto usada para negociar, nos Estados Unidos, esculturas presentadas pela Arábia Saudita. Por isso, Lourena foi alvo de busca e apreensão em agosto de 2023. A apuração da PF apontou que foi Mauro Cid quem pediu ao pai para fotografar uma parte do acervo recebido de presente pelo presidente Bolsonaro.
Durante a gestão de Bolsonaro, o general ocupou um cargo na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), nos Estados Unidos. No cargo, ele recebia salário de aproximadamente R$ 63 mil.
Prisão
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foi preso na última sexta-feira (22) em decorrência da divulgação de gravações nas quais critica o STF e a PF. O ministro do STF Alexandre de Moraes concluiu que ele quebrou regras do contrato de delação premiada firmado no inquérito que apurou inserção de dados falsos dos cartões de vacina da família Bolsonaro.
+ Em depoimento ao STF, Mauro Cid lamentou falta de dinheiro e disse que engordou 10 kg
Como uma das cláusulas previa o benefício da liberdade, o ministro expediu um mandado de prisão, cumprido pela Polícia Federal logo após Mauro Cid prestar esclarecimentos sobre as gravações a um juiz do gabinete do Moraes. Na avaliação do ministro, além do descumprimento das regras da delação, Cid praticou o crime de obstrução da Justiça ao expor detalhes do acordo ao interlocutor, cuja identidade é mantida em sigilo pela Polícia Federal.
Nos áudios, Cid afirmou que a PF e o STF têm uma narrativa pré-concebida nas investigações sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele se disse pressionado nos depoimentos e fez críticas diretas a Moraes, que homologou a delação premiada.
"Você pode falar o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão não era a verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo", disse, no áudio, o ex-ajudante de ordens. Segundo a revista Veja, a gravação foi feita após um dos depoimentos prestados por Cid à PF.