Padilha diz que inquérito do golpe isola ainda mais aliados de Bolsonaro
O ministro das Relações Institucionais criticou Tarcísio de Freitas por "puxar a fila" da defesa de Bolsonaro: "Apequena o papel do governo de São Paulo"
O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha (PT), avalia que o inquérito da Polícia Federal (PF) sobre atos golpistas - que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 36 suspeitos - deve isolar politicamente quem defender qualquer um dos indiciados.
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Em entrevista ao SBT News, Padilha chamou de "organização criminosa" o grupo de aliados de Bolsonaro que teria planejado um golpe de Estado, segundo investigações da PF. O inquérito, encaminhado nesta quinta-feira (21) ao Supremo Tribunal Federal (STF), apura também o planejamento de assassinato de autoridades, como o presidente Lula e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
"É lógico que tem um impacto político. O impacto de deixar ainda mais isolado qualquer um que faça defesa desses criminosos, dessa organização criminosa... inclusive para o Congresso Nacional. Isola ainda mais qualquer um que venha passar pano para esses criminosos", afirmou o Padilha.
Padilha, que é paulista e fez carreira política no estado, criticou especificamente o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por defender Bolsonaro.
"Tarcísio puxou sozinho uma fila de defesa do chefe, o ex-presidente Bolsonaro. Fez até um contorcionismo ali", alfinetou o ministro. "Eu nunca vi ninguém rebolar tanto pra passar pano em alguém tentando fazer uma defesa. Não teve nem coragem de dizer que Bolsonaro é inocente, e só isso é revelador também. Mas eu diria que apequena o papel do governo de São Paulo", complementou.
O ministro ressaltou, ainda, a gravidade das acusações contra o ex-presidente e a alta cúpula do Exército, chamando as ações investigadas de “crimes em série” provocados por pessoas que “atentaram contra a democracia” do país e “contra a vida de pessoas".