"Olá, Macaca": mulher negra que recebeu e-mail da Magalu achou que tinha sido hackeada
OUTRO LADO: empresa lamenta o ocorrido e mudou políticas internas para evitar novos casos. Veja o depoimento da vítima Susan de Sousa Sena
SBT News
Ao realizar um reconhecimento facial para certificar uma compra na Magazine Luiza (Magalu), uma mulher negra recebeu um e-mail que a chamou de "macaca" como resposta da empresa lojista.
A vítima, Susan de Sousa Sena, detalhou ao SBT, nesta sexta-feira (10), a denúncia de racismo registrada na Polícia Civil.
"Na hora, eu fui para delegacia. Eu achei que alguém tinha entrado na minha conta, que algum hacker tinha invadido meu e-mail, não imaginei que receberia essa palavra de uma empresa tão grande", disse Susan.
Susan foi procurada por uma atendente da empresa que explicou que houve um erro de procedimento no cadastro como cliente da Magalu.
No caso, segundo a explicação da atendente, durante o preenchimento do cadastro de Susan, no ano de 2011, um funcionário colocou na área de apelido o nome "macaca". A área seria utilizada para adicionar o sobrenome dos clientes.
Asssita ao depoimento de Susan:
Outro lado: Magalu lamenta constrangimento
Em nota, a Magalu lamentou profundamente os constrangimentos sofridos pela cliente e reforçou o compromisso com o combate a qualquer tipo de preconceito ou discriminação.
A empresa informou que excluiu o campo "apelido" dos formulários cadastrais e adotou uma lista de palavras inapropriadas que passarão a ser evitadas no preenchimento do cadastro.
Veja a nota na íntegra:
"A Magalu lamenta profundamente os constrangimentos sofridos pela cliente e reforça seu compromisso com o combate a qualquer tipo de preconceito ou discriminação. A empresa esclarece que o fato ocorrido nada tem a ver com o processo de biometria realizado pela cliente – essa operação é feita de forma 100% digital, sem qualquer interação humana. O mesmo acontece com as mensagens de confirmação enviadas pela Magalu para os consumidores.
O cadastro original da cliente foi realizado em 2011, de forma online. Para evitar que casos semelhantes se repitam, a companhia já excluiu o campo “apelido” de seus formulários cadastrais e adotou uma lista de palavras inapropriadas, que passarão a ser vetadas no momento do preenchimento do cadastro.
A Magalu é referência em políticas de diversidade e inclusão e promove, de forma sistemática, ações de conscientização de seus funcionários a respeito desses temas. A empresa tem, atualmente, metade do seu quadro de colaboradores formado por profissionais negros, que ocupam 55% dos postos de liderança", declarou.