Obras vandalizadas no 8 de janeiro são restauradas e entregues; veja fotos
Quadro do artista Di Cavalcanti e relógio de pêndulo do século XVII estão entre peças entregues durante cerimônia em defesa da democracia
SBT News
Telas rasgadas, cerâmicas reduzidas a cacos e peças quebradas ganharam nova vida graças a um minucioso trabalho de restauração. Nesta quarta-feira (8), em cerimônia no Palácio do Planalto, foram entregues as obras de arte danificadas nos ataques às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.
O momento marca o fim do processo de restauro das peças, que contou com a atuação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Veja fotos de algumas das outras entregues.
Quadro de Emiliano Di Cavalcanti
A tela As Mulatas, foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanhos, após a invasão promovida por extremistas. Estimada em R$ 8 milhões, a obra era a principal peça do Salão Nobre, localizado no terceiro andar do Palácio. A obra é a maior do acervo da Presidência.
"Após a restauração, os danos ficaram imperceptíveis pela parte da frente, mas pelo verso a gente consegue ver as ‘cicatrizes’, as marcas dos rasgos. A gente não podia esconder", afirmou a professora da UFPel Andréa Bachettini, coordenadora do projeto de restauração.
Ela foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanhos, após a invasão.
Ânfora italiana em cerâmica esmaltada
Outra obra devolvida ao acervo é uma ânfora italiana em cerâmica esmaltada, que estava com 180 fragmentos catalogados após os ataques.
"Foi muito desafiador, um verdadeiro quebra-cabeça... Tivemos que usar muitas técnicas, moldes, porque uma das alças tinha só um pedaço. Foi preciso fazer moldes com silicone para reprodução. A gente também fez modulação no computador para ver como ia ficar, então teve uso tecnológico para ver como as obras seriam após a restauração", relatou a coordenadora
Relógio do século 17
O relógio histórico destruído durante os atos golpistas de 8 de janeiro voltou ao Palácio do Planalto na terça-feira (7). A peça rara, criada no século 17 pelo relojoeiro francês Balthazar Martinot, passou por um processo de restauração realizado na Suíça sem custos para o governo brasileiro.
O relógio de pêndulo é considerado uma joia da história e da arte. Ele foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI e veio ao Brasil em 1808 com a chegada da família real portuguesa. Hoje, existem apenas dois exemplares conhecidos da obra de Martinot: um está exposto no Palácio de Versailles, na França, e o outro compõe o acervo brasileiro.
Além das sete obras que haviam sido vandalizadas nos atos de 2023, outras 13 do acervo dos palácios presidenciais também foram recuperadas e devolvidas ao governo nesta quarta-feira (8). São elas:
- As Mulatas à mesa (título atribuído) de Emiliano Di Cavalcanti (artista brasileiro);
- O Flautista de Bruno Giorgi (artista brasileiro);
- Idria (Majolica Italiana);
- Galhos e Sombras de Frans Krajcberg (artista polonês naturalizado brasileiro);
- Retrato do Duque de Caxias de Oswaldo Teixeira (artista brasileiro);
- Rosas e Brancos Suspensos de J. Paulo (José Paulo Moreira da Fonseca) (artista brasileiro);
- Casarios de Dario Mecatti (artista ítalo-brasileiro);
- Obra de Dario Mecatti (artista ítalo-brasileiro);
- Cena de Café de Clóvis Graciano (artista brasileiro);
- Tela de Armando Viana (artista brasileiro);
- Matriz e grade no 1º plano de Ivan Marquetti (artista brasileiro);
- Pintura de Glênio Bianchetti (artista brasileiro);
- Pintura de Glênio Bianchetti (artista brasileiro);
- Pintura de Glênio Bianchetti (artista brasileiro);
- Pintura de Glênio Bianchetti (artista brasileiro);
- Pintura de Glênio Bianchetti (artista brasileiro);
- Vênus Apocalíptica Fragmentando-se de Marta Minujín (artista argentina);
- Cotstwold Town de John Piper (artista inglês);
- Tela de Grauben do Monte Lima (artista brasileira);
- Bird de Martin Bradley (artista inglês).