"O que fazem fora do Corinthians não cabe a mim", diz Augusto Melo sobre investigações

O presidente do Corinthians, Augusto Melo, convocou a imprensa nesta sexta-feira (16) para apresentar novos integrantes da diretoria do clube, negou que vá renunciar e falou da investigação da Polícia Civil de São Paulo que revela o caminho dos milhões desviados no esquema envolvendo o contrato de patrocínio entre a VaideBet e o clube.

A apuração comprovou a ligação entre integrantes do clube e criminosos da maior facção do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC). A denúncia foi divulgada em primeira mão no SBT Brasil.

Foram quase três horas de entrevista coletiva e muitas tentativas de explicações por parte de Augusto Melo.

"Por que os outros patrocínios não deram problema? Também tiveram intermediários. Não me interessa onde intermediários gastam o dinheiro, o que me interessa é o Corinthians. O que fazem fora do Corinthians não cabe a mim. Eu negocio e entrego pra jurídico, marketing, compliance", afirmou o presidente.

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A investigação da Polícia Civil encontrou indícios de crimes como furto qualificado e lavagem de dinheiro após quebras de sigilos bancários dos envolvidos no caso.

O desvio foi de R$ 1,4 milhão em duas remessas de R$ 700 mil, em março do ano passado. A quantia saiu dos cofres do Corinthians e passou por cinco contas até chegar na UJ Football Talent, empresa apontada como braço do PCC pelo delator Antônio Vinícius Gritzbach, assassinado meses depois na saída do Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Augusto Melo garantiu que não vai renunciar mesmo que seja indiciado. O advogado do presidente corintiano defendeu o dirigente das acusações.

"Temos muita segurança e tranquilidade que o presidente Augusto Melo não será indiciado. Não tem elementos pra isso. Esse contrato seguiu o fluxo que é normal dentro do Corinthians, passou por todos os departamentos, inclusive jurídico e compliance", afirmou Ricardo Cury.

Em nota, a UJ disse que não possui e nunca possuiu qualquer relação com grupos ou atividades ilícitas. Afirmou ainda que a tentativa de associação da empresa a investigações criminais é infundada e carece de qualquer base legal ou factual.

Dentro do clube, o presidente Augusto Melo também está em risco. Um processo de impeachment foi instaurado e a votação que pode destituí-lo do cargo acontece no próximo 26 de maio.

"Se eles querem quebrar um projeto gigantesco que está dando certo e vai dar muito certo, a responsabilidade é deles. O Corinthians nunca teve um projeto como o nosso agora. Estamos tendo a coragem de trazer o Corinthians de volta pro protagonismo", afirmou Augusto Melo.