Número de queimadas no Brasil aumenta 80% em 2024, informa Inpe
Mato Grosso, Pará e Amazonas foram os estados mais afetados pelo fogo. São Paulo registrou aumento dos casos em agosto
O Brasil contabilizou mais de 110 mil queimadas neste ano, um aumento de 80% em relação ao mesmo período de 2023, segundo levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia do governo federal. As regiões Centro-Oeste e Norte são as mais atingidas.
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Os estados do Mato Grosso, Pará e Amazonas lideram em número de queimadas. Apenas no mês de agosto, Pará (66%) e Amazonas (62%) concentraram mais da metade dos focos de incêndio do ano. No Mato Grosso, a situação também é crítica, com 48% dos focos registrados apenas neste mês.
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As capitais também sofrem com as queimadas. Em Manaus, o céu cinzento é constante, enquanto a população tenta conter os incêndios. Em Cuiabá, o fogo devastou grande parte da vegetação.
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Em apenas 48 horas, mais de 5 mil focos de incêndio foram registrados em todo o país. Os governos de Rondônia e Pará decretaram situação de emergência devido às queimadas. No Pará, o decreto ainda proíbe o uso de fogo para limpeza de áreas rurais e manejo de pastagem por 180 dias.
"Estamos diante de uma marca histórica. Nunca enfrentamos tamanha quantidade de focos de queimada no Pará, o que nos obriga a adotar medidas duras, porém necessárias, para mitigar os impactos ambientais e evitar a redução do fluxo dos rios, que pode levar a secas severas e afetar as comunidades ribeirinhas e a população do estado", disse Helder Barbalho, governador do Pará.
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De acordo com Thais Bannwhart, porta-voz do Greenpeace Brasil, o aumento nos focos de queimadas está relacionado à estiagem prolongada que atinge vastas regiões do Brasil.
"Estamos há 13 meses consecutivos quebrando recordes de temperatura. No ano passado, tivemos um super El Niño que trouxe seca para a região Norte, afetando a capacidade de recuperação da Amazônia, tanto hídrica quanto de vegetação, deixando a floresta mais seca e propensa a incêndios descontrolados", diz Thais
Situação de emergência por incêndio florestal cresce 354% em agosto
Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o número de decretos de emergência para incêndios florestais aumentou 354% em agosto, comparado a 2023. Apenas este mês, foram 118 dos 167 decretos registrados em 2024, representando 70% do total.
As cidades de São Paulo lideram os registros, com 51 ocorrências, seguidas pelos municípios de Mato Grosso do Sul (35), Acre (22), Espírito Santo e Rondônia (2 cada), e Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Santa Catarina (1 cada).
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Dados da CNM indicam que mais de 4,4 milhões de pessoas foram afetadas pelos incêndios florestais no Brasil em 2024, com 90% dessas ocorrências (4 milhões) concentradas em agosto.
A estimativa parcial aponta prejuízos de ao menos R$ 38 milhões, sendo R$ 13,6 milhões na agricultura, R$ 10 milhões em assistência médica emergencial e R$ 9,2 milhões na pecuária.
Ainda segundo a CNM, com o número recorde de queimadas na Amazônia e no Pantanal, os decretos municipais de situação de emergência devido a incêndios florestais mais que triplicaram em 2024. De janeiro até 26 de agosto, foram registrados 167 decretos, um aumento de 193% em relação ao mesmo período do ano passado.