Brasil e Bolívia firmam acordo para ação conjunta no combate a incêndios
Autoridades bolivianas devem formalizar pedido de apoio ao governo brasileiro nos próximos dias
Após uma reunião com representantes dos governos e de órgãos públicos brasileiros e bolivianos em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, os dois países firmaram um acordo para atuação conjunta nos incêndios florestais que atingem as regiões de fronteira.
Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), autoridades bolivianas vão formalizar, nos próximos dias, um pedido de apoio ao governo brasileiro.
A partir daí, Brasil e Bolívia farão o reconhecimento aéreo das localidades atingidas pelos incêndios a fim de avaliar a melhor forma de atuar e assinarão um protocolo de atuação conjunta, definindo como as equipes de combate aos incêndios serão empregadas na fronteira entre os dois países.
A Bolívia que, assim como o Brasil, também sofre com a situação, tem 51 processos penais por incêndios florestais, além de 250 processos administrativos. Quatro pessoas já foram presas preventivamente no país vizinho. O estado de Santa Cruz e outras áreas que dividem os dois países estão entre as mais afetadas.
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Reunião
O encontro foi realizado nesta segunda-feira (26), e contou com a presença do vice-ministro de Defesa Civil da Bolívia, Juan Carlos Calvimontes. Ele confirmou a intenção dos dois governos de somarem esforços para combater o fogo e disse que representantes dos dois países trocaram informações e identificaram os principais focos de calor ativos nas fronteiras.
Após a conversa, o vice-ministro classificou o encontro como uma “reunião de coordenação técnica e de troca de informações a cerca dos incêndios florestais” no Brasil e na Bolívia. “Identificamos as zonas onde há a presença de fogo ativo nos dois países. Agora, é seguir com o trabalho de planejamento”, disse em entrevista coletiva.
O Pantanal, um dos biomas mais afetados pelos incêndios no Brasil, conta com 31 898 km² de área na Bolívia. De 1º de janeiro a 18 de agosto de 2024 foram registrados 7.618 focos de calor no Pantanal (77% em MS e 23% em Mato Grosso). Entre 12 e 18 de agosto, foram 158.775 hectares de área queimada no bioma.