"Não têm sido dias fáceis”, diz Michelle Bolsonaro sobre prisão domiciliar de ex-presidente
Em ato na Avenida Paulista, ex-primeira-dama se emocionou e chamou a presença de policiais próximos à sua casa de ‘humilhação’

Wagner Lauria Jr.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro relatou, neste domingo (7), como tem sido a rotina com a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em ato realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, principal palco das manifestações convocadas pela direita.
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“Eu tenho certeza que a gente vai passar por isso. Não têm sido dias fáceis. Eu estou tendo que me desdobrar. Meu marido está amordaçado dentro de casa”, ressaltou.
Emocionada, Michelle chamou de "humilhação” a presença de policiais próximos à casa da família, além de revistarem o carro dela toda vez que chega ou sai de casa.
“É muita maldade o que estão fazendo com a gente”, disse.
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Por que ato foi organizado?
Com o lema “Reaja, Brasil”, o ato têm como bandeiras centrais a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro e um pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
As manifestações da oposição ocorrem em meio ao julgamento do ex-presidente e mais sete réus pelo STF. As sessões, que julgam tentativa de golpe de Estado, serão retomadas na próxima terça-feira (9).
A mobilização contou com a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo), entre outros. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que vai participar da manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro.
A convocação teve como um dos principais articuladores o pastor Silas Malafaia, que afirma que o ato é em defesa da “liberdade” e contra a “perseguição política” ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
O senador Flávio Bolsonaro classificou a mobilização como um “grito de liberdade”, enquanto o ex-desembargador Sebastião Coelho reforçou que o objetivo é rejeitar a chamada “anistia light” em discussão no Congresso, que excluiria Bolsonaro e líderes dos atos.
Esse é a segunda manifestação da direita sem a presença de Bolsonaro, que segue em prisão domiciliar. O último ato reuniu 37,6 mil apoiadores, conforme o Monitor do Debate Público do Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP).