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Mulheres ganharam 17% menos que os homens em 2022, aponta IBGE

Enquanto eles receberam R$ 3.791,58 de salário médio mensal, elas receberam R$ 3.241,18

Mulheres ganharam 17% menos que os homens em 2022, aponta IBGE
Em 2022, pessoal ocupado assalariado era composto por 54,7% de homens e 45,3% de mulheres | Reprodução/Unsplash
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As mulheres representaram 45,3% do pessoal ocupado assalariado no Brasil em 2022, recebendo um salário médio mensal de R$ 3.241,18, enquanto os homens, que representaram 54,7% dos assalariados, receberam R$ 3.791,58, ou seja, um salário 17,0% maior.

Os dados constam das Estatísticas do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) 2022 divulgadas nesta quinta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

+Diferença salarial entre mulheres e homens cai em 10 anos, mostra pesquisa

“Sob outra perspectiva, ainda destacando essa diferença observada nos salários quando se analisa o sexo, é possível dizer que as mulheres receberam, em média, o equivalente a 85,5% do salário médio mensal dos homens”, diz o analista da pesquisa, Eliseu Oliveira.

As maiores participações de homens foram nos setores de Construção (87,6%), Indústrias extrativas (84,2%) e Transporte (81,7%), enquanto as maiores participações de mulheres foram observadas em Saúde humana e serviços sociais (74,8%), Educação (67,3%) e Alojamento e alimentação (57,2%).

Assalariados com nível superior recebem até 3x mais

Em análise por escolaridade, verificou-se que 76,6% do pessoal ocupado assalariado não tinha nível superior. O pessoal ocupado assalariado sem nível superior recebeu, em média, R$ 2.441,16 e o com ensino superior, R$ 7.094,17, aproximadamente três vezes mais.

Apenas duas atividades apresentaram maior participação de pessoas com nível superior: Educação (64,3%) e Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (60,6%), Administração pública, defesa e seguridade social (47,4%) completa o ranking dos três setores que mais ocupam pessoas com essa escolaridade.

Já para os ocupados sem nível superior, os setores que mais ocupam são Alojamento e alimentação (96,1%), Agricultura, pecuária, produção florestal e aquicultura (94,1%) e Construção (92,6%).

+Igualdade de direitos entre mulheres e homens é defendida por 86%, diz ONU Mulheres

Setor de eletricidade e gás pagou os maiores salários médios

O salário médio mensal, em 2022, foi R$ 3.542,19. Entre as atividades econômicas, os maiores valores foram pagos pelo setor de Eletricidade e gás (R$ 8.312,01), seguido por Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (R$ 8.039,19) e Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais (R$ 6.851,77).

“Apesar de tais atividades pagarem salários médios mensais mais elevados, ocuparam, juntas, 1,3 milhão de pessoas, ou seja, somente 2,6% do pessoal ocupado assalariado”, destaca Oliveira.

Os menores salários médios mensais foram pagos por Alojamento e alimentação (R$ 1.769,54), Atividades administrativas e serviços complementares (R$ 2.108,28) e Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (R$ 2.389,15).

“Essas atividades que pagaram salários médios mensais menores absorveram juntas cerca de 7,6 milhões de pessoas, ou seja, 15,2% do pessoal ocupado assalariado”, pontua.

Centro-Oeste tem o maior salário médio mensal

Em termos de salário médio mensal, os mais altos foram observados na Região Centro-Oeste, 3,3 salários mínimos, seguida pela Região Sudeste (3,2), Sul (2,8), Norte (2,7) e Nordeste (2,3).

Segundo as unidades da federação, o Distrito Federal apresentou o maior salário médio mensal (4,9 salários mínimos), seguido por Amapá (3,5), São Paulo (3,4) e Rio de Janeiro (3,3). Os menores salários foram observados na Paraíba e Alagoas (2,2).

Empresas formais ativas no país

Em 2022, as empresas sem pessoas assalariadas, ou seja, formadas apenas por sócios e proprietários em 31 de dezembro, representavam 69,6% (6,6 milhões) do total de 9,4 milhões de empresas e outras organizações formais ativas. Ao final daquele ano, elas empregavam 13,5% do total de 63,0 milhões de pessoas ocupadas. E pagaram ao longo do ano R$ 8,6 bilhões em salários, 0,4% do total de R$ 2,3 trilhões, registrando um salário médio mensal de R$ 2.454,36, ou 2,0 salários mínimos.

Por outro lado, havia 2,9 milhões de empresas e outras organizações com pessoas assalariadas, 30,4% do total. Essas empresas, em 31 de dezembro, empregavam 86,5% do pessoal ocupado total. Além disso, pagaram 99,6% dos salários e atingiram um salário médio de R$ 3.548,12, ou 2,9 salários mínimos.

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