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No Dia Nacional do Vira-Lata, Brasil celebra o carisma e os tipos mais queridos dos cães sem raça

Além de reforçar a importância da adoção responsável, data destaca a diversidade dos vira-latas, que vai do "caramelo" ao "tadinho"

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Cachorro caramelo
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Ícone nacional e dono de um carisma inconfundível, o cachorro caramelo conquistou de vez o coração dos brasileiros. Nesta quarta-feira (31), a celebração do Dia Nacional do Vira-Lata reforça a importância da adoção responsável e do combate ao preconceito que ainda cerca os cães sem raça definida.

Embora sejam maioria entre os cães no país, os vira-latas enfrentam resistência na hora da adoção. A preferência por animais de raça, com aparência padronizada, ainda é comum. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde, cerca de 30 milhões de animais vivem nas ruas do Brasil, sendo 20 milhões só de cães.

A gente não foca em raça, mas, sim, nas qualidades e características de cada um”, diz Ingrid Favarello, diretora da ONG Pet Friends. “Se resgatamos um que lembra um labrador, chamamos de ‘labralata’. Apresentamos o porte, o temperamento e destacamos os benefícios de ter aquele animal em casa. Tentamos sempre encontrar um perfil compatível com quem adota.

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Alguns cães até recebem cuidados coletivos, como o famoso Silveira, da Universidade de Santa Maria, que tem vários “donos” e virou mascote de um campus inteiro. Mas, segundo especialistas, isso não substitui o que um lar pode oferecer. Sem um lar, esses animais estão sujeitos à fome, doenças, atropelamentos e violências, como agressões e envenenamentos.

“Há bairros onde o abandono é recorrente. E embora muita gente ajude, construindo casinhas ou oferecendo comida, esses cães precisam de mais: de um lar, de afeto, de uma família de verdade”, diz Ingrid. “Toda ação ajuda, mas a mudança acontece quando alguém decide acolher.”

Os "tipos" mais queridos do Brasil

Mesmo sem raça definida, os vira-latas ganharam classificações carinhosas nas redes sociais e no imaginário coletivo. Cada tipo tem traços marcantes, são eles:

  • Vira-lata caramelo clássico

De portes variados, pelos curtos e bege, é o mais comum nas ruas e o mais reconhecido pelos brasileiros.

  • Fiapo de manga

Com pelos longos, arrepiados e difíceis de pentear, esses cãezinhos têm feito muito sucesso nas redes sociais pelo charme único.

  • Estopinha

Pelos mais cacheados e bagunçados, pode ter barbichas e tufos, que dão personalidade e estilo próprio.

  • Bolo formigueiro

A pelagem marrom ou rajada, lembram o famoso bolo com granulado. Um nome carinhoso e bem brasileiro.

  • Bolo de cenoura com chocolate

Cães pretinhos com focinho ou parte do rosto marrom, lembrando a cobertura de chocolate do clássico bolo.

  • Tadinho

Ele tem um olhar pidão que derrete qualquer um. Parece sempre querer um pedacinho da comida, um lugar no sofá ou que você faça carinho.

Superando preconceitos

A psicóloga Renata Bertuqui, que adotou cinco vira-latas em momentos diferentes, acredita que o preconceito ainda afasta possíveis adotantes. “Muita gente ignora os SRDs por eles não se encaixarem em um padrão estético ou por não representarem status”, disse. “Meus cães são adultos, de porte médio, com traumas e questões de saúde. Só isso já basta para muitos desistirem”, explica.

Ela destaca que a adaptação nem sempre é rápida, especialmente para cães que passaram por maus-tratos. “Eles querem afeto e se conectar. Mas trazem uma bagagem. Por isso, o processo exige tempo e paciência.”

Segundo Renata, os comentários sobre “mistura de raças” são frequentes. “As pessoas acham que, por virem das ruas, serão agressivos, ou que cães de raça são mais seguros. Mas não é sobre pedigree, e sim sobre vínculo.”

Para Ingrid, mudar essa mentalidade é difícil, mas é possível.Nosso trabalho mostra que esses vira-latinhas merecem a mesma chance de serem parte da família, inclusive ao lado de um cão de raça. Olha só que legal e inclusivo!”, brinca. “Adotem por amor, para salvar não só o animal, mas também a si mesmo. Afinal, nada melhor do que chegar em casa e ser recebido com alegria", finaliza.

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